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Psicóloga explica como aumentar a autoestima

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Reflita sobre como está sua vida atualmente: as atitudes que toma são benéficas para você? Sua postura diante das situações é, no geral, positiva? Você está contente consigo mesmo? Se as respostas forem negativas, seu amor próprio está prejudicado e precisa ser trabalhado através da autoajuda – ou seja, o tratamento depende somente de você.

A autoestima baixa influencia absolutamente todos os campos da vida. “Uma pessoa sem autoestima não gosta dela mesma, por isso faz escolhas ruins para si. Nos relacionamentos amorosos, se envolve com pessoas que a tratam mal ou que não estão disponíveis. Nas relações pessoais, busca amigos que não agregam nada e somente ‘sugam’. No campo profissional, não consegue evoluir, pois não tem confiança no próprio potencial e nem coragem para tentar algo novo, melhor. Ao primeiro obstáculo, já desiste. E no meio escolar, tem tanto medo do que os outros vão pensar que tem vergonha de tirar suas dúvidas com o professor. Tudo envolve uma autossabotagem”, explica a psicóloga Pamela Magalhães, especialista clínica e em relacionamentos.

 

Origem do problema

A terapeuta afirma que a falta de conhecimento próprio e a autoimagem distorcida são a causa da falta de autoestima. Segundo explica, durante a infância, os pais (ou criadores) da criança precisam lhe dar atenção e reconhecimento. Aos poucos, esses “modelos” vão contando à criança quem ela é e dando parâmetros. Assim, ela desenvolverá sua autoimagem e, consequentemente, seu amor próprio.

No entanto, a pessoa que teve essa relação deficitária não recebeu referências suficientes de si mesma e, como resultado, não consegue se enxergar de forma plena. “Por conta disso, ela está constantemente se comparando aos outros e pedindo referências. Um exemplo clássico é quando duas amigas estão na praia e uma pergunta à outra: ‘eu estou gorda como aquela mulher?’. Quando não tenho clareza do que sou, preciso do outro como parâmetro”, explica a especialista.

 

Sintomas da falta de autoestima

Segundo a psicóloga, os principais sintomas e consequências do problema são:

Sentimento de insegurança. Geralmente, a pessoa tem muita dúvida e incerteza na tomada de decisão.
Pouca ou nenhuma autoconfiança. Mesmo estando em um emprego ruim, o indivíduo não faz esforços para sair de lá, pois não acha que tem capacidade para conseguir algo melhor.
Excesso de autocrítica. O paciente só enxerga seus próprios defeitos, e ignora as qualidades.
Intolerância à frustração. Segundo Pamela, esta característica fica evidente no ambiente de trabalho, quando a pessoa recebe uma crítica. “Se sei que sou boa, o que o outro fala é importante, mas não é determinante para a definição que tenho de mim mesma. Quando sou frágil, qualquer pessoa que me critica acaba comigo. Eu posso acabar comigo – até porque o que eu falo pouco importa para mim –, mas quando o outro fala, não consigo lidar, porque valorizo muito mais a opinião dele do que a minha”, explica.
Tendência a relacionamentos destrutivos. A pessoa pensa que não é merecedora de coisas boas e, portanto, só se relaciona com pessoas ruins, que fazem mal.
Permissividade. Há dificuldade na imposição de limites. “Como ela tem medo de desagradar os outros, deixa que façam o que quiserem com ela. Se mora na zona sul, dá carona para o amigo até a zona norte, só para agradá-lo”, ilustra a terapeuta.
Dificuldade em aceitar elogios. Como o paciente não consegue encontrar valor no que faz, desconfia quando o outro encontra.
Vulnerabilidade emocional muito grande, o que leva à dependência afetiva, ou “carência”.
Sentimento crônico de insatisfação. Nunca nada está bom. O indivíduo sente uma angústia e ansiedade constantes e tem pensamentos pessimistas e negativistas.
Sentimento de inferioridade. “Qualquer um é melhor que eu.”
Necessidade de aprovação. “Você achou que eu falei bem? Este texto está bom? Esta roupa fica bem em mim?” são questionamentos frequentes da pessoa sem autoestima.

 

 

Elevar a autoestima

Apesar de ser construída durante a infância e adolescência, a autoestima pode ser tratada e recuperada em qualquer fase da vida. “Eu posso, através das minhas escolhas, ir alimentando essa estima. Quando tomo decisões destrutivas para mim, sem querer fortaleço aquilo que mais me incomoda. No entanto, quando faço movimentos positivos, inverto essa situação. Funciona como um ciclo: quanto mais escolhas positivas faço, mais estima passo a ter por mim mesma, e quanto maior minha autoestima, mais positivas serão minhas escolhas”, afirma Pamela.

Analise sua vida. Você está no emprego que gostaria? Está feliz no seu relacionamento? Gosta dos seus amigos? Está satisfeito consigo mesmo? Se a resposta for não, faça algum movimento para mudar essas situações.
Não seja imediatista. Você julgou que precisa melhorar sua situação? Ótimo. Porém, não queira mudar sua vida do dia para a noite. “Da mesma forma que você não chegou a essa situação por mágica, ela não será resolvida assim. O resultado é de pouco em pouco”, afirma Pamela. Faça movimentos pequenos para promover uma mudança. “Quando nos damos conta de que estamos insatisfeitos com nós mesmos, tendemos a ser radicais: ou fazemos uma mudança drástica ou continuamos exatamente iguais. Sentimos preguiça só de pensar no esforço enorme que temos de fazer e nem sequer pensamos na possibilidade de promover uma pequena mudança”, afirma a psicóloga.
Evite a autocrítica demasiada. Permita-se errar. Trabalhe a aceitação à frustração e procure não se torturar ao falhar. Entenda que nunca vamos agradar a todos, pois isso é impossível, e que perdas são inevitáveis e fazem parte da vida.
Evite criticar demais os outros. Procure observar suas qualidades, e não só os defeitos. “Quando olhamos para as qualidades dos outros, conseguimos nos apropriar um pouco delas”, afirma Pamela.
Não fuja dos obstáculos. Entenda que, mesmo que você não alcance seu objetivo, vivenciar as dificuldades irá te fortalecer.
Ouça suas próprias vontades. Converse consigo mesmo e descubra aquilo que realmente quer. Tente se tratar com o mesmo cuidado e carinho com que trata os outros. Faça atividades que lhe façam bem, se coloque em situações gostosas e se relacione com pessoas interessantes.
Aprenda a dar limites. Não deixe que o outro invada seu espaço e reflita se a atitude que está tomando é para agradar outra pessoa ou para beneficiar a si mesmo. Não encare isso como egoísmo, mas sim como autoproteção.
Exercite o autoconhecimento. Reconheça seus defeitos e qualidades e encare-os como o conjunto de características que formam quem você é. Responsabilize-se por suas escolhas.


Fonte: Bolsa de Mulher

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