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No Piauí, ministra diz que racismo pode estar em práticas de “simples brincadeira”

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A ministra da Mulher, da Igualdade Racial e Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, falou em Teresina sobre o racismo e a polêmica foto da fantasia de macaco no menino de 5 anos que viralizou durante o Carnaval. Segundo a ministra, o racismo pode aparecer em uma “simples brincadeira” e alertou que as pessoas devem tomar cuidado nas mensagens que passam nas redes sociais e no dia a dia.

“As questões de racismo têm uma dimensão muito forte com situações simbólicas no nosso imaginário. Muitas vezes eu acho que é uma simples brincadeira, eu não estou com a intenção de ofender ninguém, mas sabendo que temos um imaginário racial e práticas racistas, eu diria que temos que tomar cuidado com as diferenças, tomar cuidado com o outro, o que a nossa mensagem quer passar. E acho que essa situação [se referindo ao caso da fantasia do garoto] é um momento de avançarmos na superação do racismo no Brasil”, disse a ministra ao participar do dia “D” de mobilização para combater o mosquito Aedes Aegypti.

De acordo com a ministra, a polêmica é um “caso de reflexão e reeducação”. 

Durante o Carnaval, o pai, vestido como Aladim, a mãe, de princesa Jasmine, e o filho do casal, como o macaco de estimação Abu, gerou discussões e acusações de racismo. O pai, o produtor de teatro Fernando Bustamante deve que pedir desculpas em postagem no Facebook para esclarecer a intenção da fantasia. Nessa semana, a Delegacia de Direitos Humanos confirmou que está investigando um caso de racismo contra um estudante de História da Universidade Federal do Piauí. Segundo a polícia, ele em postagem no Facebook incita a intolerância sobre negros e índios e diz que eles são “raças inferiores”. 

“Racismo é um fenômeno estrutural e estruturante. A sociedade foi colonizada com uma ênfase muito grande na colonização do outro. Tivemos anos de escravatura no País, eu quero dizer que não é só nas praticas, mas nosso imaginário, na nossa cultura, o racismo está presente. E muitas vezes, ele está presente de forma inconsciente, às vezes um fenômeno ou outro é um bom momento para refletir sobre o racismo, sobre as relações raciais e como ele está naturalizado na nossa sociedade”, disse Nilma Gomes.

No Piauí, ela convocou a população para dar um basta no mosquito do dia de mobilização #zikazero.

Disque 100 recebe denúncias de racismo 

O Disque 100 é um serviço de atendimento telefônico gratuito, que funciona 24 horas por dia, nos sete dias da semana. As denúncias recebidas na Ouvidoria dos Direitos Humanos e no Disque 100 são analisadas, tratadas e encaminhadas aos órgãos responsáveis. O serviço passou a receber denúncias também de racismo desde dezembro do ano passado. 

Inicialmente voltado para denúncias de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes, o serviço cresceu e passou a receber denúncias que envolvam violações de direitos de toda a população, como crianças e adolescentes, pessoas em situação de rua, idosos, pessoas portadoras de necessidades especiais, população LGBTT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), e agora, população negra e comunidades tradicionais.

 

 

Flash Yala Sena
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