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Menino sonha ser gari e ajuda em coleta em SP

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Com apenas 4 anos, um menino de Ribeirão Preto (SP) já sabe muito bem o que vai ser quando crescer. Miguel Silva Campos tem verdadeira admiração pelo trabalho da turma da limpeza da cidade e não vacila na resposta. “Quero ser lixeiro”, diz.

O pai de Miguel, o executivo de contas Alexandre Luiz Rocha Campos, afirma que o entusiasmo do filho pelo trabalho dos lixeiros surgiu naturalmente. “Acho que ele gosta de ver os caras montando no caminhão. Em casa ele brinca, pega as almofadas do sofá, joga no primeiro lance de escada, pendura no corrimão numa mão só, como se fosse o lixeiro. É engraçado, a gente se diverte”, conta. 

Miguel confirma a suspeita do pai ao contar o que mais acha legal na profissão de lixeiro. “Eles correm, pegam o lixo. Eles limpam todo o quarteirão”, diz.

Por causa da paixão do menino, a rotina da família passou até por mudanças. Segundo Campos, a equipe da coleta passa na rua onde moram no Jardim Interlagos, na zona leste, às segundas, quartas e sextas-feiras, por volta das 12h30, mesmo horário em que Miguel chega da escola. O pai diz que ele costuma dormir após o almoço, mas, nesses dias, o sono fica de lado.

"Ele come mais rápido e vai para a rua esperar o caminhão dobrar a esquina. Às vezes, ele fica horas lá fora esperando e, enquanto ele não vê o lixeiro, corre atrás, fala oi e dá água, ele não dorme."

Ao ver o caminhão, Miguel não só olha, como também participa do trabalho dos coletores. É ele quem joga parte simbólica do lixo da casa no veículo. “Eu sempre espero eles. Eu gosto muito do dia que eles vêm”, conta o menino.

Festa de aniversário temática

Campos afirma que a admiração do Miguel não é só coisa de criança, passageira. Quando completou 4 anos, ao invés de uma festa temática com ídolos dos desenhos animados, o menino pediu a decoração de lixeiro. A ideia pegou os pais de surpresa, mas os dois se desdobraram para realizar a vontade do filho.

“Nada, nada conseguia tirar a ideia dele de caminhão de lixo. E não achava essa festa de jeito nenhum, A gente teve que montar ponto a ponto, de mesa às cadeiras, a mesa de bolo, doces, enfeites, ninguém tinha uma festa completa dessas”, diz.

Caminhões verdes enfeitaram a mesa do bolo. Os doces e as lembrancinhas também foram personalizados, assim como árvores e latas de lixo coloridas, sinalizando os tipos de materiais recicláveis.

Por fim, Miguel ganhou uma roupa de coletor de lixo, e até o pai se vestiu com o uniforme. “Fizemos a roupa de lixeiro para ele, para o recreador também, e eu também me vesti para ficar igual a eles. Foi um barato”, conta.

Agora, é com a roupa da festa que Miguel espera pela chegada da equipe da limpeza.

Para o coletor de lixo Juliano Douglas dos Santos, o reconhecimento vindo de uma criança representa o valor dado ao trabalho árduo feito diariamente pela equipe. "Parabéns por gostar de nós, porque é um privilégio uma criança gostar de nós o tanto que ele gosta. É amigo do lixeiro ele, virou nosso amiguinho pra sempre”, diz.

Fonte: G1

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