"Era uma casa muito engraçada, não tinha teto não tinha nada". Essa é a melhor definição para a Escola Municipal Nossa Senhora da Conceição na zona Rural do município de Miguel Alves, a 110 km de Teresina. Construída pelos moradores da comunidade Sambaíba, o local foi a forma que eles encontraram para evitar as longas distâncias e oferecer educação no local, até então isolado. Feita de taipa, barro e palha, há 15 anos, nascia a escola, mas há cerca de dois anos sua realidade vem se transformando. Tudo com a ajuda do Grupo Lúmens, formado por amigos e até mesmo desconhecidos unidos em uma só causa - educar.

A escola foi descoberta pelo grupo em 2014 e de lá para cá, várias iniciativas de arrecadação foram feitas culminando agora com a construção de uma "escola de verdade", com paredes e telhado para os 53 alunos de três a 12 anos assistirem aulas. "Começamos arrecadando material escolar para as crianças, carteiras novas, freezer, merenda escolar com o intuito de dar visibilidade à realidade da escola e fazer com que a prefeitura tomasse uma medida", pontuou a líder do grupo Flaviane Tajra.

Prestes a ganhar a nova escola, construída pela prefeitura municipal, o grupo encabeça uma nova campanha de arrecadação para financiar, desta vez, a construção de uma biblioteca pública no local. "Sabemos como é importante uma biblioteca para as crianças e para a comunidade e então decidimos iniciar esse projeto que servirá não só para os estudantes, mas como para todas as comunidades vizinhas da comunidade", completou Flaviane.

Procurada pelo Cidadeverde.com, a prefeita de Miguel Alves, Salete Rêgo garantiu a conclusão de duas salas de aula, uma diretoria e uma cantina, até o fim de março.

Projeto Sustentável

Desenvolvivo por um grupo de arquitetas e estudantes de arquitetura, o projeto da biblioteca é totalmente sustentável e utiliza técnicas de bioconstrução e permacultura. "A biblioteca será de adobe, que é um barro melhorado e o telhado será convencional. Estamos precisando agora do telhado que foi orçado e não temos o dinheiro para concluir", explicou.

O custo total do projeto é de R$ 1899, e com a ajuda do financiamento colaborativo em um site, este valor já está quase sendo atingido. Em troca de recompensas como um adesivo, camisetas ou até mesmo um agradecimento, todos ajudam como podem com quantias que vão de R$ 10 à R$ 300. A biblioteca terá 32 m² e será erguida por voluntários e pela própria comunidade com vitrais de garrafa pet e muitas árvores e plantas ao redor.

Em sua página do Facebook, o grupo já promoveu uma campanha de divulgação que teve apelo quase mundial e pessoas dos vários países contribuíram com a campanha compartilhando fotos com as tags #projetobibliotecadetaipa e #grupolumens.

Para contribuir com a causa acesse o endereço http://www.kickante.com.br/campanhas/uma-biblioteca-de-taipa e faça sua parte.

Rayldo Pereira
[email protected]