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Manifestantes ocupam Eta e juiz proíbe piquetes durante protestos

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Atualizada às 10h

Integrantes do Movimento dos Atingidos pelas Barragens (MaB) e urbanitários ocuparam a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Distrito Industrial, na zona Sul de Teresina. Eles estão no local desde às 7h da manhã e ameaçam parar a ETA caso o governo não apresente proposta de discussão sobre o projeto de subconcessão da Agespisa. 

“Vamos ficar aqui o dia todo até que o governo negocie ou sinalize algo. Se isso não ocorrer vamos continuar aqui na ETA que é o coração do saneamento básico e é justamente o local que o governo quer privatizar. Somos contra o projeto de subconcessão da Agespisa, contra a privatização da empresa. O governo e a prefeitura têm tentado empurrar isso de garganta abaixo nos trabalhadores. A água é um bem público e todos os serviços públicos têm que está a favor da população e não do capital privado”, disse Maria da Conceição, membro do MAB.

Ao todo, certa de 50 pessoas ocuparam a estação e estão neste momento no setor de controle operacional. No início da manhã, eles ocuparam a administração e o laboratório da ETA. Dalila Calixto, que também é membro do MAB, destaca que o projeto de subconcessão da Agespisa não tem contado com a participação popular. "O que a gente quer é que esse projeto seja pelo menos discutido de forma ampla, para que a sociedade participe. Nosso objetivo é que haja a suspensão da subconcessão e tudo isso seja dialogado com a sociedade teresinense", disse a militante.

Além de tentar barrar o projeto de subconcessão da Agespisa, o movimento pleiteia ainda melhorias na qualidade e fornecimento de energia elétrica, bem como a redução dos custos. 

"Os brasileiros pagam uma das taxas mais caras do mundo, sendo que nossa matriz é hidrelétrica e o custo de produção é um dos mais baratos, mas o preço cobrado é muito alto. Aqui no Piauí já tem um reajuste previsto para agosto e a gente não vê nenhum investimento da Eletrobras para melhorar os serviços. Como exemplo, temos comunidades sem energia elétrica e isso é inadimissível. O custo de produção é baixo, as empresas têm um lucro extraodinário e ainda temos situações como essa, além da má qualidade do serviço. Nesse dia dedicado às mulheres, decidimos lutar por melhorias na água e energia, que estão diretamente ligadas às atividades domésticas, historicamente relacionadas as mulheres, que são as que mais sofrem com o aumento das tarifas", disse Dalila Calixto. 

O movimento segue de forma pacífica e reúne manifestantes também de Palmeirais, São Francisco e Matões-MA, seguindo uma jornada nacional de lutas do MAB, que acontece no mês de março, quando é comemorado o dia internacional contra as barragens.

Trabalhadores da Agespisa

A categoria está com indicativo de greve e com  paralisações por dois dias. Eles acusam o governo de retaliações e não atender direitos trabalhistas.

A Agespisa informou que obteve decisão judicial que impede bloqueio das entradas do prédio sede da empresa e de suas demais unidades em Teresina pelo Sindicato dos Urbanitários (Sintepi). A ação evita ainda qualquer ato que impeça o acesso ou cause constrangimento aos servidores que queiram trabalhar.

O objetivo da ação ajuizada pela Agespisa é garantir o direito do acesso de servidores, de terceirizados, fornecedores e clientes, proibindo o Sindicato de prejudicar o normal acesso e utilização, pela população em geral, dos serviços prestados pela empresa de saneamento.

O juíz da 1ª Vara do Trabalho em Teresina, João Henrique Gayoso e Almendra Neto, acatou os pedidos formulados pela Agespisa e proibiu que o sindicato e seus associados impeçam, por qualquer meio, o acesso à empresa, assim como não façam quaisquer outros tipos de atos que possam impedir ou dificultar o normal funcionamento dos serviços. Na decisão, o juíz também determinou multa diária de R$ 10 mil pelo descumprimento da ordem.

O presidente do Sindicato dos Urbanitários, Francisco Ferreira, disse que ainda não foi notificado sobre a liminar e que a greve terminará no dia de hoje. “Nem eu, nem o vice-presidente assinamos qualquer documento, então para nós não existe a liminar. Nosso movimento cessa hoje, mas seguimos aqui por todo dia dando apoio ao pessoal do movimento das barragens. Não estamos desrespeitando nada e nem impedindo que ninguém entre. Essa greve é de advertência ao governo”, comentou Ferreira.  

 

 

Flash Yala Sena e Graciane Sousa
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