O presidente nacional do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Cláudio Maretti, anunciou que irá recorrer da decisão que obriga o governo federal a destinar R$ 4,4 milhões ao Parque Serra da Capivara. Segundo o presidente a liminar é “equivocada”.

 “Somos contra essa ação judicial por ela não considerar as necessidades e as possibilidades reais. Ela se equivoca em apresentar instituições que não têm responsabilidade e custos que não estão esclarecidos. Somos totalmente a favor de um entendimento amigável entre a Fumdham (Fundação Museu do Homem Americano) e o ICMBio”, disse ressaltando. “Nessa ação judicial corre o risco de ir para a camisa equivocada, por isso combateremos a ação judicial procuraremos nos defender. Estamos recorrendo da decisão”, disse Cláudio Maretti ao participar de evento em São Raimundo Nonato e foi entrevistado pelo Cidadeverde.com ao passar por Teresina.

Sem dinheiro para manter o parque, a justiça federal fez uma intervenção mês passado. O juiz federal Pablo Baldivieso, da Vara de São Raimundo Nonato, ordenou o repasse de R$ 4.493.145,00 para o Parque Nacional da Serra da Capivara. O magistrado determinou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) garantam o montante para a manutenção do local. 

Na sentença, o juiz ordenou ainda que o Instituto Chico Mendes elabore, no prazo máximo de um ano, um plano de manejo para a unidade. 

O presidente do ICMBio defendeu ações integradas dos governos federal, estadual e municipal para resolver a crise financeira e estrutural do parque Nacional Serra da Capivara.

Maretti participou de três dias de seminário em São Raimundo Nonato em que foram definidas ações estratégicas e emergenciais para o parque. 

“Definimos ações combinadas a soluções emergenciais, buscando o esforço para manter o melhor possível o nível de gestão do parque”.
No encontro foi sinalizada a instalação de um batalhão ambiental com estrutura maior para atender o corredor ecológico entre os parques Serra da Capivara e Confusões. 

“Queremos também implementar melhor a estação da Serra Branca no Parque”.

“O Ipham já está contribuindo com R$ 400 mil e há uma expectativa do ICMBio de R$ 700 mil e mais R$ 300 mil que pode chegar a R$ 1 milhão. São ações emergenciais”.

Ele informou que na via da pesquisa será resolvido no Ministério da Ciência e Tecnologia e no CNPQ e a parte do museu do Homem Americano com o Ministério da Cultura. 

O presidente ressaltou ainda que é preciso articular ações para a atividade do turismo, envolvido com a produção de energia solar, além de viabilizar rotas comerciais para o aeroporto de São Raimundo Nonato.

“É importante ressaltar o trabalho heróico e importante de Niède Guidon, há 40 anos tem uma luta histórica que levou desenvolvimento ao município e o trabalho da Fumdham. A gestão do parque é do ICMBio em parceria com a Fumdham. O parque não está abandonado, não está degradado. Ele não tem condições de manter o mesmo nível de investimento para a manutenção por causa da crise. Estamos todos em crise. O País está em crise. E em frente à crise temos que aumentar a eficiência e colocar os recursos em locais prioritários e que pode fazer mais com menos. O sonho do parque com 300 funcionários não é um sonho real para os dias de hoje. E neste sentido há uma certa decepção em relação ao sonho”.

 

Flash Yala Sena
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