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Sozinha, mas muito bem acompanhada

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Em seu segundo álbum solo, Sónós, Paula Toller se mostrou muito bem acompanhada. Fez parcerias internacionais com nomes como o ídolo californiano dos surfistas Donavon Frankenreiter e o moderno canadense Rufus Wainwright, além de apostar em dobradinhas caseiras com Caio Fonseca e Coringa, músicos de sua banda. Em turnê pelo Brasil, agora irá gravar seu primeiro DVD solo. De novo lança mão das parcerias, cantando, além das músicas de Sónós e seu outro disco solo, Paula Toller (1998), Caetano e Rita Lee, entre outros. Paula falou a QUEM sobre seu processo constante de auto-reinvenção.

Em Sónós, há uma série de parcerias com nomes internacionais de peso. Foi fácil chegar a esses astros? 
De repente, eu percebi que poderia fazer músicas com pessoas que admiro e que moram longe da mesma forma que faço com pessoas aqui no Rio: usando a internet. Então, comecei a fazer uns contatos. Alguns já me conheciam, como Kevin Johansen, que foi casado com uma brasileira e tem filhas que são minhas fãs. Para outros, tive de me apresentar. Mas não foi complicado, não. Mesmo porque eu não estava atrás de fama, estava atrás de trabalhos que me interessassem. Então, são artistas importantes, mas alternativos.

A fama incomoda?
Eu não gosto do mundo artificial das celebridades. Mas também tenho meu lado exibido quando subo no palco.

Seus parceiros são mais novos que você, não?
Na banda, os músicos têm por volta de 30 anos. É uma bela diferença. Outro dia o Caio (Fonseca) disse que tinha 9 anos na época do primeiro Rock in Rio e que o pai dele não o deixou ir, então, ele comprou uma daquelas camisetas: ?Eu não fui ao Rock in Rio!?. Eu estava lá, cantando! E não era garotinha, não. Já tinha uns 20 e poucos.

Seu público também é bastante jovem. Por que a moçada se identifica com músicas feitas por uma mulher de 45 anos, com um filho de 18? 
A minha cabeça está sempre em ebulição, e acho que as pessoas percebem isso.

O fato de você ser uma mulher bonita, parecer mais jovem, não ajuda a fazer sucesso com a garotada?
A aparência tem um apelo. Mas você vê por aí uma quantidade grande de moças bonitas, mais novas, que não emplacam.

Seus amigos são mais jovens?
Nossos amigos (dela e do marido, o cineasta Lui Farias) têm mais ou menos a nossa idade. Não tenho vocação para levar vida de garotada. Mas convivo com os amigos do meu filho.

Em Sónós, há uma música em que fala sobre a ida de seu filho a Barcelona. Ele já voltou?
Já. Mas vai embora de novo. Vai fazer faculdade na Califórnia.

É muito difícil se separar de seu filho único?
PT: Não é fácil. Mas não é triste. É uma coisa boa também. Fico orgulhosa. Feliz por ele.

Você sempre declara que não se incomoda em envelhecer...
Claro que me incomodo! Se não me incomodasse, não me cuidaria como eu me cuido. Hoje eu vivo uma vida de atleta, praticamente. Corro, faço pilates, musculação, jogo tênis. E a minha sorte é que sempre gostei de comer coisas saudáveis, muita salada, legumes, frutas.

Plástica você fez? 
Não.

Quer fazer?
Quero, mas não vou fazer, porque não dá certo. Se eu soubesse que ia ficar com a mesma cara, eu faria. Mas não é assim. Fica toda repuxada.

Mas você não precisa. 
Eu é que sei. Eu é que me vejo de manhã no espelho, sem maquiagem, sem a luz certa. Às vezes dá uma tentação... Mas, não, eu não vou me repuxar. Vou fazer o possível para ficar bem, mas mantendo um equilíbrio. O bacana é que estou com 45 anos de idade, 26 de carreira e estou estreando uma série de coisas na vida. Esse é o meu primeiro show solo, o primeiro que eu dirijo. O disco foi o primeiro que eu lancei em vários países. O DVD será o primeiro solo.

Mas, na vida privada, você parece que não inova muito. Está casada há mais de 20 anos. E sempre declara que pretende permanecer assim. 
Aí, é uma reinvenção constante. Um casal tem de estar o tempo todo se renovando. Nós dois temos muitos projetos juntos, pessoais e de trabalho.
 
 
Fonte: Revista Quem
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