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Enxaguantes bucais só podem ser usados com a recomendação de especialista

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Os enxaguantes bucais, também conhecidos como antissépticos bucais, são produtos recomendados pelos dentistas para casos bastante específicos, mas sempre como uma complementação do processo de higienização mecânica (indispensável) que é feito com o fio dental e a escovação com pasta.

Os pacientes, por sua vez, sempre devem informar ao dentista caso estejam fazendo uso por conta própria de algum enxaguante. Mesmo sendo vendidos livremente no mercado, existem produtos que podem causar reações indesejáveis, mesmo que apresente uma eficiente ação antibacteriana.

A clorexidina é um exemplo de componente que pode estar nesses produtos e que pode levar ao surgimento de manchas nos dentes e na língua.

Desenvolvida em 1940, na Inglaterra, essa substância tem sido muito estudada dentro da Odontologia, sendo indicada para tratamentos coadjuvantes na desinfecção pré-cirúrgica da boca e também como coadjuvante na higienização pós-cirurgia, com excelentes resultados por sua ação bactericida e antifúngica.

Várias evidencias justificam o uso de bochechos de clorexidina pré-cirurgicamente, com o objetivo de evitar a bacteremia.

Mas o uso da clorexidina sem o devido acompanhamento e orientação profissional tende a causar manchas amarelas ou acinzentadas nos dentes, além de manchas acastanhadas na língua, causando também distúrbios no paladar. Isso pode ocorrer sobretudo em zonas que não foram adequadamente escovadas pelo paciente.

O risco de câncer de boca e de laringe também já foi associado ao uso indiscriminado de enxaguantes bucais, mas sem consenso na comunidade científica. Alguns estudos afirmam que esses riscos se dão devido à presença de álcool etílico nas fórmulas dos enxaguantes, em concentrações médias na casa dos 10%, mas que podem chegar a 20%, em alguns casos.

De acordo com  o professor Michael McCulloch, da ‘Australian Dental Association’s therapeutics’ , o álcool aumenta a permeabilidade da mucosa a substâncias cancerígenas, assim como faz a nicotina. Existe, inclusive, um movimento que defende que as embalagens dos enxaguantes deveriam trazer alertas sobre o risco de câncer.

Devido a essa polêmica, mesmo ainda não estando totalmente comprovada a relação direta entre enxaguantes bucais e o câncer, muitos fabricantes já produzem enxaguantes bucais sem álcool.

Pelas razões descritas acima, nunca é demais frisar que a diferença entre o veneno e remédio pode estar na dose. O uso de antissépticos bucais, apesar da sua livre comercialização, pode acarretar efeitos indesejáveis, apesar dos benefícios que proporcionam. Por isso, preferencialmente, essas substâncias devem ser indicadas apenas pelo dentista, que irá considerar as necessidades específicas de cada paciente e as circunstâncias em que a utilização deve ser feita.

No geral, podemos afirmar que uma pessoa que escova seus dentes corretamente, que usa fio dental e que possui uma boa dieta não necessita utilizar um antisséptico bucal.

 

 

ALGUMAS SITUAÇÕES EM QUE DENTISTAS INDICAM ANTISSÉPTICOS  

– Em associação a tratamentos periodontais, por um tempo determinado;

– Após cirurgias orais para evitar infecção pós-operatória;

– Para pacientes com estomatite por uso de próteses totais (dentaduras);

– Para pacientes com fixação mandibular em cirurgias ortognaticas;

– Para controle de biofilme bacteriano em pacientes com necessidades especiais;

– Para pacientes com comprometimento imunitário (pessoas em tratamentos de quimio e/ou radioterapia e pacientes soropositivos, por exemplo), que são especialmente predispostos a infecções bucais.


Fonte: IOS Clínica

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