A maior e mais grave rebelião na Casa de Custódia, localizada na Zona Sul de Teresina, também foi relembrada no especial “Cidade Verde 30 Anos”, que conta, durante toda esta semana, a história da TV Cidade Verde nas últimas três décadas. Durante o dia a dia do jornalismo, tornou-se comum o registro de rebeliões no sistema prisional, mas dentre tantas ações planejadas e executadas pelos detentos, a TV Cidade Verde destacou o ano de 1999 quando alguns detentos tomaram outros sete de reféns na Casa de Custódia.
Os jornalistas durante a exibição do programa destacaram a participação da TV Cidade Verde nas negociações com os presos rebelados. O apresentador Joelson Giordani relembrou que o repórter Neile Castelo Branco chegou a conversar por telefone com os presos e, inclusive, ouvir deles a garantia que os reféns não seriam feridos. Já a apresentadora Nadja Rodrigues destacou que a TV Cidade Verde não quer fazer o papel da polícia, mas é preciso reconhecer que a participação na equipe na investigação e intermediação em alguns casos policiais.
Rebelião
Era uma tarde de sexta-feira, o Jornal do Piauí já havia terminado quando voltou ao ar para transmitir ao vivo o entra e sai no presídio, as tentativas de acordo das autoridades de Segurança, representantes do Governo e integrantes do Ministério Público com os rebelados. A transmissão se estendeu durante toda a noite.
Foram nove horas de negociação e a TV Cidade Verde acompanhou tudo. Por exigência dos rebelados, foram cedidos carros, celulares e coletes à prova de balas. Houve fugas e perseguições. Na fuga, já a noite, os detentos levaram cinco reféns. Dentre eles, os delegados Claudiomar Rodrigues e Felix Dias foram feitos de escudos. A equipe de reportagem acompanhou toda a perseguição. A polícia recapturou todos os fugitivos, um deles morreu em troca de tiro. Os reféns não tiveram ferimentos graves.
Caso Castelo do Piauí
Os jornalistas também relembram o crime bárbaro que chocou o Piauí e todo o Brasil, que ocorreu em Castelo do Piauí. No ano passado, quatro adolescentes foram ao Morro do Garrote, ponto turístico da região, para tirar fotos para um trabalho da escola, no dia 27 de maio. Elas foram encontradas no fim da tarde, despidas, espancadas e violentadas sexualmente. As meninas foram internadas em estado grave, e uma delas morreu dez dias depois. A vítima foi identificada como Danielly Rodrigues Feitosa, de 17 anos.
Multidão acompanha cortejo de Danielly, que morreu mais de uma semana após a barbárie em Castelo (Foto: Thiago Amaral/Cidade Verde)
Um adolescente foi apreendido e confessou o crime, contou detalhes e apontou outros como co-autores. A polícia prendeu um homem e apreendeu mais três adolescentes. O delator Gleison Vieira da Silva, de 17 anos, foi morto pelos outros menores investigados no Centro de Internação para Menores, em Teresina.
Uma informação exclusiva sobre o Caso de Castelo, apurada pela equipe de jornalismo da TV Cidade Verde, exibida quase três meses depois do estupro, agressão e morte de uma das meninas, foi a possibilidade do envolvimento de um policial militar no caso. Ele poderia estar coordenando ação de menores para disseminar uma onda de violência na cidade. A partir daí a investigação ganhou novo direcionamento.
Outro caso que chocou os piauienses foi o crime bárbaro contra o policial civil Antônio de Pádua dos Santos, conhecido como Charuto, morto com a própria arma em seu apartamento. A autora do crime foi a namorada, Georgia Kkarine, que confessou o crime e contou como tentou esquartejar e incendiar o corpo para dificultar as investigações.
Carlienne Carpaso
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