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Líder aguarda retorno de Wellington para discutir rompimentos com Dilma

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Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

O rompimento de partidos como o PP e PSD com o governo federal ainda deve respingar no Piauí após a votação do pedido de abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara Federal. O líder do PT na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), deputado João de Deus, por exemplo, avalia que o momento é de cautela para evitar rachas. 

"Vamos aguardar a chegada do governador. Tive uma conversa com o presidente do PP, Julio Arcoverde, e com o deputado Georgiano (PSD) e disse que não muda nada. Vamos aguardar a chegada do governador. É preciso ter muito tranquilidade para fazer essa avaliação", disse durante entrevista ao Jornal do Piauí.

João de Deus citou que a composição com o PP é ainda mais intensa, já que o partido possui a vice-governadora do Estado, Margarete Coelho. "Aqui nós temos uma composição com o PP e temos que sentar para ver prós e contras. O governador deve chegar hoje à noite e amanhã devemos tratar desses assuntos", afirmou.

Sobre o resultado da votação na Câmara, João de Deus acredita que o PT deve se reunir em nível nacional para tirar alguns encaminhamentos. "Esse processo não se esgotou na votação de ontem, ele ainda vai tramitar no Senado. Acredito que novas orientações devem chegar a partir de amanhã, não só em função de uma orientação do nosso partido, mas da Frente Brasil Popular com o conjunto de partidos que têm feito todo esse contraponto para mobilizar a sociedade denunciando o impeachment como um golpe", declarou.

Sem citar o PMDB, João de Deus questionou se a nova composição que se desenha no Palácio do Planalto terá condição de governar. "Quem assume vai ter condição de governar? Qual é o programa de governo que nos espera e que nos aguarda a partir de uma nova configuração? No programa uma ponte para o futuro há ataque diretos e frontais aos direitos  conquistados pelos trabalhadores, sociedade, sobretudo os mais pobres", disse se referindo a um programa lançado em outubro de 2015 pelo PMDB propondo soluções para tirar o Brasil da crise.

Erros

O petista também admitiu erros na condução do diálogo entre o governo federal e o Congresso Nacional. Na avaliação de João de Deus, o que deu certo no 1º mandato não vinha se repetindo agora. "Eu acredito que essa busca do diálogo teria que ter acontecido logo após a eleição da presidente Dilma. O que ela aprendeu do 1º governo que faltou no 2º para construir a base? Eu acredito que houve falhas", frisou.

Otimista, o líder do governo na Alepi acredita que, se a população for pra rua, o processo de impeachment pode sim ser barrado no Senado. "Se a população beneficiada dos programas da era Lula for pra rua é capaz de se reverter. A comunicação do governo de 2003 para cá foi muito ruim. Não vamos ter a ilusão que a gente poderia ganhar uma votação com uma conjuntura como a que estava, de ética, economia. A presidente Dilma criou elementos para combater a corrupção como a lei da delação premiada", concluiu.

Hérlon Moraes
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