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Deputados do Piauí divergem sobre decisão de Waldir Maranhão

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Deputados do Piauí divergiram nesta segunda-feira (9) sobre a decisão do presidente interino da Câmara Federal, Waldir Maranhão (PP-MA), de anular a sessão que votou o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) no mês passado. O petista Assis Carvalho, por exemplo, achou o posicionamento do substituto de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) coerente, já para a oposição, como Rodrigo Martins, não passa de uma decisão que tem por trás interesses escusos. 

"Foi uma decisão justa, o deputado Waldir Maranhão compreende que o mundo que o Eduardo Cunha criou aqui feria a democracia, passava por cima da Constituição. É um assunto bastante grave para o país. O que o Waldir está fazendo é um meio de arrumação, suspendendo aquelas sessões (15,16 e 17)", disse Assis Carvalho em vídeo postado em sua página no Facebook.

Crítico ferrenho de Eduardo Cunha, para Assis o momento agora é de analisar os passos seguintes para tentar reorganizar o país. "Agora vamos analisar juridicamente quais são os passos seguintes, claro que os golpistas vão recorrer ao STF, mas teremos aí alguns dias para compreender os passos seguintes. A nossa esperança é de reorganizar esse país, respeitar a Constituição, o que o Eduardo Cunha mergulhado na sua psicopatia, no seu rancor, não fazia", declarou.

Segundo Rodrigo Martins, a decisão de Waldir Maranhão foi sorrateira e autoritária. "Um presidente interino, de passado muito suspeito, com interesses escusos, de maneira autoritária e sorrateira, sem fundamentação no regimento interno, desrespeitando a Constituição, decide anular ato vencido já deliberado em plenário. A presidência subiu à cabeça do deputado Waldir Maranhão. Ele não é maior que a decisão em plenário. Mais desmoralizante que este ato para o povo brasileiro, será a resposta em plenário anulando toda a decisão do presidente interino", opinou.

Já para Heráclito, o novo cenário político criado com a decisão pede calma. ""É preciso calma nessa hora, tendo em vista o já tumultuado ambiente político ter sido sacudido, inesperadamente, mais uma vez. Preciso analisar com calma a decisão proferida pelo presidente interino da Câmara, porém, à primeira vista não me parece que ela subsista por muito tempo. É extremamente heterodoxo que o Presidente da Câmara anule uma decisão do Plenário, órgão máximo da Casa e que é soberano em todas as decisões aqui proferidas. Além disso, histeria nesse momento pode servir apenas para nos estressarmos à toa, já que a decisão pode ser revertida até o fim da noite", destacou.

Atendendo a pedido da Advocacia-Geral da União, Waldir Maranhão (PP-MA) decidiu anular a sessão em que houve a votação do impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff, ocorrida nos dias 15, 16 e 17 de abril.

Segundo Maranhão, os partidos não poderiam ter orientado a votação; os deputados não poderiam ter anunciado seus votos previamente; e a defesa da presidente não poderia ter deixado de falar por último.

Waldir Maranhão pediu que o processo seja devolvido pelo Senado Federal e determinou que seja realizada nova sessão para votar o pedido de impedimento de Dilma Rousseff no prazo de 5 (cinco) sessões contados a partir da devolução do processo.

Hérlon Moraes (Com informações da Câmara)
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