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Servidores do HU denunciam suposto assédio moral e excesso de trabalho

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Funcionários do Hospital Universitário de Teresina denunciam que estão sendo obrigados a cumprirem carga horária diferenciada do horário de expediente. Uma funcionária- que não quis se identificar- relata que as condições de trabalho do HU dificultam a vida dos profissionais e atingem os pacientes. 

"São inaugurados, constantemente, novos setores no hospital. Isso é festejado, mas os funcionários não comemoram porque não são contratados novos funcionários para esses setores. Eles pegam funcionários antigos e colocam nesses setores novos, ou seja, acabam sobrecarregando os setores antigos", disse. 

A denunciante faz relatos ainda de assédio moral por parte das chefias. "Existe assédio moral das chefias, principalmente, na área de Enfermagem. Os funcionários reclamam com seus chefes e eles, muitas vezes, fazem chacotas deles, dizem que não podem fazer nada. O funcionário diz que vai denunciar para o Ministério do Trabalho e os chefes dizem que podem denunciar, que não têm medo de nada e o funcionário acaba ficando retraído", acrescenta. 

Na denúncia consta ainda que os direitos dos trabalhadores não estão sendo cumpridos como o plano de cargos, carreiras e salários e o aumento de salário anual. Outra denúncia diz respeito à falta de materiais básicos para atendimento dos pacientes, inclusive, até medicamentos simples. "Chegou a faltar dipirona, paracetamol, simeticona e muitas vezes os funcionários, principalmente da Enfermagem, chegam a comprar esses medicamentos para os pacientes, porque ficam com pena deles deixarem de tomar aquele medicamento tão básico. Faltam também materiais hospitalares básicos", reitera. 

Inconformados com a situação, no ano passado, 21 servidores técnicos-administrativos pediram transferência para outro setor na universidade. Em 2016, mais sete fizeram a mesma solicitação. 

 

Gerência do HU rebate acusações

Em entrevista ao Notícia da Manhã, a gerente administrativa do HU, Maria Raquel de Castro, explica que, desde a abertura do hospital, foram convocados 1.200 concursados pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), para o pleno funcionamento do HU.

Sobre o horário de expediente, a gerente explica que estes foram estabelecidos no ingresso dos funcionários e que existem prerrogativas para que se possam fazer substituições dos postos de trabalho na ausência de algum colaborador, cobertura de férias, folga ou licença maternidade. "Isso é necessário para que o atendimento aos pacientes ocorra plenamente", explica. 

Maria Raquel negou a falta de medicamentos e materiais hospitalares e confirmou que, eventualmente, há pequenos atrasos. Contudo, nenhum atendimento deixou de ser realizado por falta de produtos, segundo ela. 

A gerente administrativa do HU coloca ainda que as denúncias de assédio moral serão encaminhadas à administração superior. Ela conta que a queixa ainda não foi formalizada. 

"Temos um canal de relações do trabalho, que existe em todos os HUs administrados pela Ebserh, onde o colaborador de forma bem segura pode apresentar sua queixa, que será encaminhada à administração superior. Lá é feito uma avaliação, abertura de processo administrativo, seguindo um ritual estabelecido, tem acompanhamento da diretoria e do órgão que faz esse acompanhamento de Brasília, para então serem tomadas todas as providências. Tão logo a gente receba a denúncia e seja caracterizada a veracidade, será aberto processo administrativo. Nenhuma queixa deixa de ser investigada e averiguada", destaca Raquel de Castro. 

 

Graciane Sousa
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