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Troca de tiros dentro de hospital do Rio deixa morto e feridos

Um homem morreu e outros dois ficaram feridos neste domingo (19) após criminosos invadirem o Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio, e trocarem tiros com a polícia. A Polícia Civil informou que um grupo de traficantes entrou na unidade, por volta das 3h30, e resgatou um suspeito que estava internado.

O criminoso, conhecido como Fat Family, é suspeito de ser um dos chefes do tráfico de drogas no Morro Santo Amaro, na Zona Sul da cidade. Ele estava internado desde a útlima segunda-feira (13) quando ficou ferido em um confronto com a polícia.

Durante a troca de tiros, um policial militar ficou baleado e passava por uma cirurgia na manhã deste domingo (19). Além dele, um técnico de enfermagem ficou ferido e o estado de saúde era grave de acordo com informações da secretaria municipal de Saúde. Um terceiro homem, identificado como Ronaldo Luiz Marriel de Souza, foi atingido e morreu no local.

A Delegacia de Homicídios da Polícia Civil interditou o hospital para realizar uma perícia na unidade. Segundo os policiais, os criminosos se dividiram em dois grupos na ação. Enquanto um esperava no pátio do hospital, outros bandidos foram ao 6º andar da unidade de saúde e resgataram o traficante Fat Family, irmão de outro criminoso conhecido como My Thor.

A Polícia Militar afirmou que o grupo de criminosos era composto por aproximadamente 25 homens em quatro motos e cinco carros. Além disso, os suspeitos estavam armados de fuzis, pistolas e explosivos. Por causa dos disparos no local, paredes e equipamentos dos hospitais foram atingidos.

O sargento da Polícia Militar Fábio Melo era um dos PMs que faziam a custódia do traficante. "Graças a Deus eu consegui sair ileso. Consegui ajudar o meu amigo, que trabalha comigo. Mas, sabe como é, né? Nós estamos desprotegidos. Eu estou desprotegido, vocês estão desprotegidos. Toda a população", desabafou o PM.

"Ação covarde", diz polícia

O coordenador das delegacias de Homicídio do Rio, delegado Rivaldo Barbosa, estava no hospital acompanhando as investigações e afirmou que a polícia vai dar uma resposta a essa ação "covarde". "A Divisão de Homicídios, a Polícia Civil e a PM, vamos dar uma resposta a essa ação ousada e covarde", disse Barbosa.

Segundo explicou o delegado, os criminosos entraram no hospital com armas de grosso calibre e pistolas, renderam dois profissionais da unidade saúde e foram direto para o 6º andar, onde funciona a ortopedia adulta.

Lá, resgataram e levaram Fat Family. O delegado diz também que a polícia já tem informações seguras de quem seriam dois dos bandidos que invadiram o Souza Aguiar. A Polícia Civil agora analisa câmeras de segurança para tentar identificar outros criminoso. Muitos, porém, segundo testemunhas, estavam usando toucas ninjas.

A troca de tiros, de acordo com Barbosa, ocorreu fora do hospital. O delegado chamou de "exemplar" a ação dos PMs que faziam a custódia do traficante. "Agiram de forma protocolar" ao não trocarem tiros com os bandidos dentro do hospital.

O coordenador das DHs também adiantou que a investigação da polícia vai ouvir pessoas que estiveram com Fat Family durante a semana. "Vamos chamar todas as pessoas que visitaram o preso porque, o que causou perplexidade, é que os traficantes aqui estiveram, sabiam exatamente onde o ele estava", ponderou.

Suspeitos estavam com explosivos

Um enfermeiro afirmou ao G1 que foi rendido por criminosos que invadiram o Hospital Municipal Souza Aguiar, para resgatar o traficante internado na unidade. Além do funcionário, outras pessoas também foram rendidas durante a abordagem.

"Achei que fosse morrer", disse o enfermeiro que preferiu não se identificar. Ainda de acordo com ele, eram 3h10 quando os criminosos entraram na unidade municipal de saúde "muito bem armados". "Tinham até granadas", afirmou.

"Eles disseram para eu ficar quieto e que não iriam fazer nada comigo. Só perguntaram onde era a cabine de polícia", contou o homem, que prefere não se identificar. Um vendedor ambulante que estava no local também foi usado como escudo pelos suspeitos.

Traficante estava internado

Policiais civis da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), coordenados pelo delegado titular Felipe Curi, prenderam, na segunda-feira (13), um homem identificado como Nicolas Labre Pereira de Jesus, de 28 anos, conhecido como "Fat Family". Ele, de acordo com a polícia, é suspeito de comandar o tráfico de drogas numa localidade do Morro do Santo Amaro, no Catete, na Zona Sul do Rio.

Baleado no rosto durante troca de tiros com os agentes, "Fat Family" foi levado ainda com vida para o hospital. De acordo com a polícia, o suspeito é irmão do traficante Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, o "My Thor", que tem cinco anotações criminais por homicídio, além de tráfico e associação para o tráfico de drogas. "My Thor" seria o líder do tráfico na Comunidade do Santo Amaro.

Com "Fat Family" foi apreendida uma pistola CZ, calibre 09mm, com carregadores e munições. Na mesma operação foram presos Fabiano Juvenal da Silva, vulgo Jabá, 26, e Luiz Alberto Araújo da Silva, vulgo "Da Lapa" ou "Bolão", 27. Este último é indicado pelos agentes como o responsável por todos os pontos de venda de drogas na Lapa, região central da cidade.
 

Fonte: G1.

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