Seguindo as investigações em torno do assassinato da estudante de radiologia Leurilene Brenda de Sousa, de 22 anos, a Delegacia de Homicídios confirmou que a ordem para o crime partiu do seu ex-namorado, preso no presídio de Bangu 10, no Rio de Janeiro, onde cumpre pena por homicídio. Ele teria, inclusive, feito ameaças à garota nesta semana utilizando as redes sociais. O relato dos dois suspeitos detidos nesta quinta-feira confirmou que ela foi morta em uma emboscada.
Leurilene foi assassinada na última quarta-feira no bairro Promorar, zona Sul, com dois tiros e várias facadas. De acordo com o delegado Francisco Costa, o Bareta, titular da Delegacia de Homicídios, o crime foi planejado e qualificado, tendo várias testemunhas e algumas versões desencontradas. Isso porque o adolescente apreendido teria assumido a autoria do crime, mas testemunhas dizem o contrário e apontam Renan Gama Figueredo de Sousa como autor.
“O que vai dizer o que ele fez é a prova material e a prova testemunhal. A material se harmoniza com a testemunhal, de forma que temos nada mais nada menos do que três testemunhas que assistiram quando a moça vai atraída para o local e lá, quando ela vai parando na Rua do Chico do táxi, o Renan pula em cima dela, arranca ela da moto pelos cabelos, já com a arma engatilhada e detona o primeiro tiro. Ela cai e ele dá mais outro tiro e começa a esfaquear ela pelas costas. Então as provas são evidentes, são gritantes”, relata o delegado Bareta.
O adolescente, por outro lado, assume a autoria e, em um vídeo gravado pela polícia, teria dito que a vítima teria envolvimento com o crime e que matou por vingança. “Ela queria me levar para o cheiro do queijo [uma espécie de emboscada]... ela era da bandidagem também”, afirmou.
Ainda segundo o delegado, Renan teria atraído a vítima para o local do crime com a promessa de entrega de um celular enviado pelo ex-namorado, Laércio Rodrigues Ferreira, o “Zé Deck”, preso no presídio de Bangu 10, no Rio de Janeiro. Por telefone, ele indicou o local e o horário do encontro. “Ele marcou o local. Então foi uma emboscada, ela foi atraída para lá”, acentua o delegado.
Para esclarecer ainda mais o caso, a Delegacia de Homicídios vai solicitar a transferência do ex-namorado da vítima para Teresina, onde será ouvido. Nas redes sociais, de dentro do presídio, Laércio teria feito ameaças à vítima utilizando as redes sociais na qual diz que “quando fui preso, meu castelo na hora caiu, quem me dizia ser amigo na hora sumiu e aquela mina que dizia que me amava na hora do sofrimento só minha mãe fechava... (muita bala nela) [sic]”.
O delegado Danúbio Dias, que também acompanha o caso, destaca que tudo indica que a postagem foi realizada mesmo de dentro do presídio, já que a polícia do Rio de Janeiro confirma que Laércio está preso. “Estamos acompanhando e sabemos que ontem fez postagem, que dia 15 fez uma ameaça e por aí vai. Infelizmente tem acesso [à internet] de lá”, frisa.
Nas redes sociais, a garota havia feito declarações de amor ao então namorado que havia sido preso
Prisão
Renan e o adolescente foram presos na noite da última quinta-feira em uma operação conjunta entre a Delegacia de Homicídios e Polícia Militar. Eles estavam escondidos em um quitinete no bairro Itaperu, zona Norte, e teriam recebido a polícia à bala, gerando uma troca de tiros no qual Renan acabou sendo baleado na perna.
Com eles, foi encontrado um revólver supostamente usado para o crime contra a estudante.
Diego Iglesias [Com informações de Tiago Melo]
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