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Cavendish e Cachoeira têm cabelos raspados em Bangu 8

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O empresário Fernando Cavendish e o bicheiro Carlinhos Cachoeira - Montagem sobre fotos

RIO — Presos em Bangu 8, Fernando Cavendish, Cláudio Abreu, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e Marcelo Abub foram submetidos às regras de identificação do sistema penitenciário. Eles tiveram os cabelos cortados e foram fotografados usando os uniformes de presidiários, como mostram as fotos obtidas pelo GLOBO com exclusividade. Detidos na Operação Saqueador, os quatro tiveram a prisão preventiva em regime fechado convertida em prisão domiciliar, por decisão do Tribunal Regional Federal, mas por falta de tornozeleiras eletrônicas continuam até esta segunda-feira no presídio Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó. Diante do impasse, a defesa de Cachoeira estuda comprar uma tornozeleira.

No domingo, o segundo pedido de habeas corpus impetrado pela defesa dos réus foi negado pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Com a decisão do desembargador José Ferreira Neves, eles permanecem em Bangu 8 à espera de tornozeleira eletrônica. Já existe uma decisão judicial que converte a prisão preventiva deles em prisão domiciliar com o uso do equipamento. Mas as tornozeleiras estão em falta por causa de atrasos de pagamento do Estado do Rio ao fornecedor. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), a situação deve ser normalizada na quinta-feira.

Cavendish e Cachoeira recorreram à Justiça para serem soltos e não penalizados pela crise financeira do governo estadual. O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, determinou que eles comprovem ocupação lícita e que a Seap ponha as tornozeleiras antes de soltá-los. No sábado, eles foram transferidos do presídio Ary Franco, em Água Santa, para Bangu 8, porque comprovaram ter diploma de curso superior. Cavendish e Assad são formados em Engenharia, e Cachoeira, em Administração.

O empresário Marcelo Abbud e o ex-diretor da Delta Cláudio Abreu - Montagem sobre fotos

A Seap alegou que está “se esforçando para honrar seu compromisso junto ao fornecedor para que a entrega e manutenção das tornozeleiras seja normalizada”, e que espera ter equipamentos disponíveis esta semana, inclusive com a devolução de alguns que estão em uso ou em manutenção.

Em nota, a Seap chegou a dizer que os presos poderiam ir para casa mesmo sem o monitoramento, caso tivessem autorização judicial.

Kleber Lopes, que defende Cachoeira, explicou o pedido de habeas corpus:

— Ele não pode ficar preso, porque não tem culpa de o estado não ter a tornozeleira.

Os cinco são acusados de integrar esquema que desviou R$ 370 milhões de obras públicas feitas pela Delta.

Quem determinou a transferência para prisão domiciliar, na sexta-feira, foi o desembargador Antonio Ivan Athié, do TRF da 2ª Região. O Ministério Público Federal informou que vai recorrer. A decisão de Athié terá, então, que ser submetida aos outros dois integrantes da 1ª Turma Especializada Criminal do TRF-2, os desembargadores Abel Gomes e Paulo Espírito Santo.

Cavendish foi preso quando retornou ao Rio, na madrugada de sábado. Quando a Operação Saqueador foi deflagrada, na última-quinta-feira, policiais federais foram até o apartamento de Cavendish, no Leblon, mas ele não foi encontrado porque estava na Europa. Ele viajou no dia 22 de junho.

 

Fonte: O Globo 

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