A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou recomendação para que adultos não dêem mel a crianças com menos de um ano. Ela se baseou em estudos que mostraram a presença da bactéria Clostridium botulinium, causadora do botulismo intestinal, em exemplares do produto.
A pesquisadora afirma que o ideal é que crianças só comam mel a partir dos dois anos. Até essa idade, afirma, sua flora intestinal não está totalmente formada. Isso permite o alojamento da bactéria no seu sistema digestivo, o que pode causar a doença. Adultos tendem a eliminar a Clostridium botulinium transmitida pelo mel.
Em 2006, foram registrados cinco casos de botulismo. O Ministério da Saúde informou que ontem não teria tempo hábil para apurar se ocorreram em bebês e se a bactéria foi transmitida por mel.
Maria Cecília Martins Brito, da diretoria colegiada da Anvisa, diz que a agência não tem registros com essas características. Ela acredita, porém, que pode haver casos não diagnosticados ou em que o médico não faz elo entre a doença e o consumo do produto.
Brito ressalta que as evidências não são motivo para pânico. "É motivo para cuidado. Não precisamos ser submetidos a esse perigo." A recomendação tem caráter preventivo.
A autora do estudo da Unesp afirma que não é possível determinar com precisão a presença da bactéria no mel, mas duas hipóteses são: problemas na manipulação do produto ou na esterilização da embalagem.
A inspeção da qualidade do alimento é feita pelo Ministério da Agricultura. Questionada via assessoria de imprensa, a pasta, porém, diz que não analisa a presença da bactéria, pois não há regulamentação.