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'Podia ser sustentada por meu pai ou marido, mas amo cantar', diz Wanessa

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 Wanessa Camargo sobe o tom de voz ao cantar sua nova música, "Coração embriagado", e ao defender sua volta ao sertanejo. Sua carreira começou na toada romântica do pai, Zezé di Camargo, enveredou pelo pop e chegou à música eletrônica em inglês. Ela garante ao G1 que o motivo do retorno não é só tentar surfar na onda atual de sertanejo feminino, mas outro: é o amor.

"Isso não quer dizer que eu quero ir para a 'modinha'", diz Wanessa. O novo álbum partiu mais de uma mudança artística do que de uma estratégia comercial, de carona em novos hits sertanejos na voz de mulheres, ela afirma. "Acima de qualquer coisa, faço música porque tenho paixão".

Ela assinou no início do ano com o empresário Wander Oliveira, que representa Henrique & Juliano e os maiores nomes da cena atual de viola e saias: Marília Mendonça e Maiara & Maraisa. Ela diz que já planejava a mudança antes do convite de Wander, e que agir "por dinheiro" não faz sentido na sua vida.

"Eu podia muito bem ser sustentada pelo meu pai, pelo meu marido [o empresário Marcus Buaiz] e trabalhar numa outra coisa que não tivesse tanto peso. Porque nessa carreira tem que ter estômago. Você vê o tempo inteiro as pessoas sendo injustas com sua vida. Tem que querer muito cantar, amar de verdade. E eu amo", afirma.

Em 2009, Wanessa disse em entrevista à revista “Vogue”: “Não sou fã de sertanejo, não me identifico e não ouço”. Agora, ela afirma: “Eu viveria infeliz se tivesse que me limitar a um rótulo, ficar ali até morrer, porque eu tive aquela opinião. Quero me desafiar.” Ela já gravou os vocais do disco, que sai em breve, mas ainda sem data nem título certos.

DNA sertanejo
O disco anterior, “DNA” (2011), era de música eletrônica, com letras em inglês. Ela teve vontade de voltar a cantar em português, ainda no ano passado, ao iniciar os planos para o oitavo álbum. Buscando músicas mais românticas, voltou a cair no sertanejo, tanto em composições próprias quanto de novos colaboradores do estilo.

“Coração embriagado” tem cinco compositores: João Neto & Frederico (de “Lê lê lê”), Gabriel do Cavaco (que fez “Eu quero tchu, eu quero tcha”), Shylton Fernandes (que deu a Wesley Safadão “Vou dar virote”) e Diego Ferrari (da própria “O gelo”).
O produtor é Eduardo Pepato, que trabalhou com Luan Santana, Gusttavo Lima e a colega Marília. No álbum, não há parcerias com as novas parceiras de escritório, mas Wanessa quer compor junto com elas ou tê-las em um possível DVD ao vivo após o lançamento do CD.

“Fico feliz de ver o mercado da música se abrindo para as mulheres. Sempre senti que o mercado no Brasil é muito machista. Essa tomada de poder feminino é o que me encantou nessa nova fase do sertanejo, ver a mulher falar de igual para igual, com naturalidade sobre fossa, sobre tomar chifre e também dar o troco”, afirma.


‘Sofrência’ na memória
Será que a “sofrência” da nova fase cola com a imagem da mulher de 33 anos, casada e com dois filhos? “Se for cantar só o que estou vivendo agora, vai ser: ‘Amo meu filho, amo meu marido, tô feliz, tenho muito trabalho’”, brinca Wanessa. “Não tem muito a ver. Quero fazer as pessoas se emocionarem.”

De onde vem o sentimento para cantar, então? “Busco em memórias. Por exemplo, lembro da vez que briguei com o Marcus, que fiquei triste, que ele quase me deixou, sabe essas coisas? Fico lembrando do que é sofrer por amor, algo comum a todo mundo. Você não precisa estar vivendo agora.”
Ela volta a assinar o sobrenome Camargo por sugestão do avô, Francisco, depois de dizer a ele que planejava voltar ao estilo musical que marcou a família. “Ele falou: então agora é Wanessa Camargox. Achei uma boa sacada de marketing. O Camargo tem uma linguagem mais romântica, sertaneja, popular”, crê a neta de Francisco.

Fonte: G1

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