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“Estou com marcas, minha imunidade baixou”, diz Letícia Sabatella sobre agressões

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Agredida por manifestantes pró-impeachment na semana passada, em Curitiba, a atriz Letícia Sabatella diz que não reconhece o governo interino de Michel Temer e promete que não vai se calar. “Não quero corroborar essa coisa do medo, vamos conviver com o diferente. Estou com marcas dos empurrões, das puxadas, da tensão. Minha imunidade baixou. Mas está acontecendo tanta coisa pior com os índios, os sem-terra, há tantas outras segregações”, afirma. Letícia se apresenta em São Paulo, com o espetáculo O Haiti somos nós, em que fala sobre intolerância.

Como foi o ataque em Curitiba?

Estava me recuperando de um resfriado em casa e decidi sair para almoçar, num restaurante vegetariano. Sempre conversei com manifestantes, discutia com leveza, fazia um debate natural. Desta vez, um senhor me puxou para perto de um grupo de pessoas. Aí, começaram as agressões. Queriam promover uma humilhação: jogaram tinta em mim, xingaram, me empurraram e, então, liguei o celular e comecei a filmar.

Teve medo?

Só assustada um pouco. O movimento foi crescendo e uma moça me ajudou a me proteger das pessoas. Era irracional a coisa. Então, uns policiais me isolaram e quiseram me tirar dali, me colocar dentro de um camburão. Mas falei que não me acovardaria. Não queria fazer nada que sugerisse que estava saindo ameaçada, e permaneci na porta do meu prédio. Me posiciono democraticamente.

O que acha do processo de impeachment?

Eu não votei na Dilma, por exemplo. Mas vejo irregularidades na forma como o impeachment foi feito. Ele foi armado como golpe. Não reconheço como legítimo esse governo interino. A gente quer acabar com a corrupção. Mas isso é um desmonte da democracia.

Como vê o momento para a cultura?

Eu tinha colocado o show Caravana na Lei Rouanet, mas não captei, consegui montá-lo por meio de vendas. Precisamos de fomentos, com certeza, para fortalecer a cultura. Se a Rouanet tem questões, ela pode melhorar. Eu sinto pelo Marcelo Calero [ministro da Cultura], por ele ter aceitado esse ministério de fachada. Ele não deveria ter aceitado o cargo.

Fonte: Época

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