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Novos Baianos retornam shows: 'É a mesma química e amor'

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Para os Novos Baianos, o tempo não passou. Segundo eles, a integração é a mesma do que a das décadas de 60 e 70, quando o grupo se consolidou na história da música brasileira como um dos mais famosos do país com canções como “Acabou chorare”, “Preta Pretinha” e “A menina dança”.

A formação original, com Baby do Brasil, Pepeu Gomes, Moraes Moreira, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão, participa de uma turnê com seus maiores sucessos. Ao G1, eles explicam que o retorno aconteceu na hora certa e que ainda se surpreendem com o grande número de fãs jovens que conquistaram ao longo do tempo.

“Acontece o mesmo sentimento, a mesma química, o mesmo amor, a mesma vontade de dar risada, de estar juntos. Relembramos tudo, brincamos que temos o neurônio NB [Novos Baianos] e o Moraes [Moreira] sugeriu fazer um aplicativo nos quais temos não só os pais, mas toda uma geração que passou para os filhos”, contou Baby do Brasil. O reencontro, após 17 anos do fim do grupo, fez Luiz Galvão filosofar. “Nós somos o eterno presente”.

Volta às origens

A primeira apresentação da turnê aconteceu em maio deste ano, na reabertura da Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador, durante o festival “Eu sou a Concha”. O local passou por obras de revitalização. A escolha do lugar para o retorno tem um significado especial para a banda.

“A Concha Acústica do Teatro Castro Alves era um reduto dos shows de verão dos Novos Baianos. Todo ano a gente fazia um show de verão e era 'sold out' [esgotado]. Era, até pouco tempo, o recorde de público”, conta Paulinho Boca de Cantor. Ele explica ainda que os integrantes do grupo sempre se surpreendiam ao ouvirem apelos para que voltassem a tocar juntos de pessoas que nem eram nascidas quando lançaram seus álbuns.

“Recebíamos muitos pedidos para que a gente voltasse a se apresentar juntos. Mas não eram as pessoas que tinham curtido os Novos Baianos nos anos 70. Era a juventude brasileira, era a juventude do ano 2000 que exigia. Para eles, era muito importante que pudessem nos ver juntos de novo”, diz Paulinho.

Fortes referências
Para Pepeu Gomes, o segredo da longevidade são as fortes referências do grupo, que fazem com que as músicas ainda façam sucesso com várias gerações.

“As músicas da gente foram feitas com muita ‘sustância’. Porque a presença do João Gilberto na nossa vida, toda a pesquisa musical que a gente fazia dentro da música brasileira, ouvindo Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo, Gil, carimbó, Dorival Caymmi, Ademilde Fonseca. Todas essas influências nos deixaram com uma criatividade muito aflorada”, destaca Pepeu.

Quando questionados sobre a demora para o encontro, Moraes Moreira afirma que a saudade em rever os amigos no palco determinou o reencontro.

“A gente sente saudade e, quando a gente se encontra, é como se dois irmãos que moram em lugares diferentes se encontram. É aquele abraço, aquela fraternidade que existe entre nós, que passa por nossos filhos, passa por nossos fãs”, explicou o músico.

Moraes fez questão de destacar ainda que, como diz o velho ditado, “o tempo é o senhor da razão” e tem uma vontade quase própria.

“Quem manda é o tempo. O tempo achou que não era no ano passado, que não era no outro ano, que era esse ano, que era ali na Bahia, onde tudo começou. Quando a Bahia fez o chamado, a gente teve que atender. Atendendo a Bahia, a gente atende o Brasil todo. Afinal de contas, o Brasil nasceu na Bahia”, explicou Moraes Moreira.

O grupo se apresentará em São Paulo nesta sexta-feira (12) e sábado, no palco do Citibank Hall. No Rio de Janeiro, farão show no Metropolitan nos dias 2 e 3 de setembro e em Belo Horizonte, dia 10 de setembro no BH Hall.

Fonte: G1

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