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Presidente colombiano leva Nobel da Paz

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O presidente colombiano Juan Manuel Santos ganhou o Prêmio Nobel da Paz pelo esforço de pacificação do país, que vive uma guerra civil que já dura mais de 50 anos. Ele foi um dos líderes da negociação que chegou ao acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia(Farc). O acordo, entretanto, foi rejeitado em referendo. O anúncio da premiação foi feito nesta sexta-feira (7), em Oslo, na Noruega.

"O fato de a maioria dos eleitores ter dito não ao acordo de paz não significa necessariamente que o processo de paz está morto", disse a presidente do Comitê Nobel norueguês, Kaci Kullmann Five, segundo a France Presse.

Muito emocionado, Santos foi entrevistado, por telefone, por um integrante do comitê do Nobel logo depois do anúncio.

“Eu recebo esse prêmio em nome do povo [colombiano], que sofreu tanto por causa dessa guerra, especialmente, as milhares de vítimas. A mensagem é: devemos perseverar até o fim dessa guerra. Nós estamos muito, muito próximos [da paz], precisamos apenas nos esforçar um pouco mais. É um ótimo estímulo para construirmos a paz na Colômbia”, afirmou.

Esforço pela paz
O acordo de 297 páginas, que foi elaborado durante 4 anos em Havana, aconteceu após três tentativas fracassadas durante os governos de Belisario Betancur, César Gaviria e de Andrés Pastrana. A vitória do “Não” no plebiscito de domingo (2) tinha sido considerada um duro golpe ao governo de Santos e teria colocado em dúvida o sucesso do processo para superar o conflito.

O resultado apertado das urnas – 50,21% para o "Não" e 49,78% para o "Sim" – evidencia um país dividido sobre como alcançar a paz que todos dizem almejar. Grupos contrários ao acordo, liderados pelo ex-presidente Álvaro Uribe, acusam o governo de ceder demasiadamente à pressão das Farc e de deixar abertura para que os guerrilheiros não sejam punidos. Apesar da rejeição, o cessar-fogo continua.

Santos se formou em Harvard. Ele vem de uma das famílias mais ricas da Colômbia, segundo a agência Associated Press. Como ministro da Defesa há uma década, ele foi responsável por alguns dos maiores reveses militares das Farc, incluindo uma incursão em 2008 na região da fronteira com o Equador, que resgatou três norte-americanos mantidos em cativeiro e que deixou um importante líder das Farc morto.

O conflito na Colômbia provocou a morte de 260 mil pessoas e deixou quase 7 milhões de deslocados internos e 45 mil desaparecidos.

Indicações
O comitê do Nobel afirmou que houve um número recorde de indicações ao Prêmio da Paz: 376. Até o candidato do Partido Republicano à presidência dos EUA, Donald Trump, teria sido incluído, segundo a "BBC". Vale lembrar que as indicações são abertas ao público. No entanto, a praxe do comitê é não comentar sobre candidatos.

Medicina, Física, Química
Na segunda-feira, japonês Yoshinori Ohsumi ganhou o Nobel de Medicina por pesquisa sobre reciclagem da célula. Na terça, os britânicos David J. Thouless, F. Duncan M. Haldane e J. Michael Kosterlitz receberam a premiação na área de física por estudo que pode ter aplicação futura na eletrônica. Na quarta, os cientistas Jean-Pierre Sauvage, Sir J. Fraser Stoddart e Bernard L. Feringa receberam o Nobel de Química pelo desenvolvimento de máquinas moleculares.

Fonte: G1

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