Foi lançado nesta terça-feira (18), a segunda etapa do Projeto Lagoas do Norte que será executado às margens da Lagoa do Mocambinho. O lançamento foi marcado por protestos por parte da população da região que temem desapropriações. O prefeito Firmino Filho (PSDB), que esteve presente, destacou que o programa tem como objetivo garantir melhorias na qualidade vida dos moradores em especial na área de saneamento básico.
"Na área do Lagoas do Norte bastava chover para que as famílias fossem notícia na imprensa por conta as enchentes. É com grande satisfação que vemos que há muitos anos isso já não acontece. Aqui nesta área as melhorias também serão significativas. Está incluído ainda nesta segunda etapa a revitalização do Parque Encontro dos Rios, que deverá ser definitivamente considerado o ponto turístico da capital", disse Firmino.
Além do Encontro dos Rios, que tem sua obra orçada em mais de R$ 2 milhões, está incluída, nessa nova fase do programa, a praça dos Orixás, que será um monumento em homenagem aos religiões e tradições de matrizes africanas, com investimento de cerca de R$ 500 mil. Haverá ainda o Parque do Mocambinho, com áreas de cerca de 5 hectares chamados já pelos moradores de Mocambão, a exemplo do Parentão na Zona Sul.
O secretário municipal de planejamento, Washington Bonfim, falou sobre a obra. "Todo o espaço do entorno da Lagoa do Mocambinho será revitalizado e ocupado por equipamentos de esporte e lazer e cultura para moradores", disse.
Por fim, no projeto está incluída a construção de um viveiro de mudas que receberá 100 mil exemplares de plantas nativas.
Protesto
Estiveram presentes no evento, que foi o primeiro de Firmino Filho após a campanha para prefeito, os secretários de planejamento, Washington Bonfim e de habitação, Marcos Antonio Ayres. Eles dividiram o local com moradores que fizeram intenso protestos com cartazes e faixas contra a desapropriação de famílias.
Isabel Jardim, professora e moradora da zona Norte, disse que teme ter que deixar a sua casa com a chegada das obras. Segundo ela, pelo menos mil e quinhentas famílias, somando três mil pessoas, estão no território onde a desapropriação deve acontecer.
"Nós não somos contra o projeto, queremos apenas que as famílias sejam de fato beneficiadas pelas melhorias que o projeto pode fazer, garantindo uma participação sustentável já que a maioria vive da pesca e de outras atividades ligadas ao rio. Se a gente tem uma população com emprego e dignidade, não temos violência. Não é só jogar em outro lugar, eles já têm suas bases familiares e sociais. Temos idosos em depressão, por medo de deixar suas casas. Elas não podem deixar suas residências, queremos apenas que os moradores sejam consultados", declarou.
Erick Amorim, coordenador do Programa Lagoas do Norte, disse que até o momento não há previsão de desapropriação para as famílias da área. Segundo ele, é provável que haja intervenções apenas para moradores que estejam em área de risco.
"Ainda serão feitos estudos, mas assim como na primeira fase, deverá haver algumas desapropriações, a grande maioria por pessoas em área de risco, então ainda vamos avaliar para que possamos dar clareza do que podemos fazer para garantir a segurança das famílias. Algumas já foram cadastradas, para conhecermos melhor a situação das csas, para avaliação justa de mercado, caso alguma precise sair, mas não há nada definitivo", disse.
Flash Maria Romero
Da Redação Carlienne Carpaso
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