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Cineas conversa com José de Nicola, autor de livros didáticos

Neste sábado(29), Cineas Santos entrevistou no Feito em Casa o professor e autor de livros didáticos, José de Nicola Neto, um dos convidados do Salão do Livro de Bom Jesus(PI). O educador falou sobre a proposta de reforma do ensino médio, sobre a discussão da base nacional curricular e sobre o programa nacional do livro didático, manifestando suas preocupações e críticas.

José de Nicola Neto considerou a proposta de reforma do ensino médio "extremamente preocupante", pois segundo ele, pretende transformar o ensino médio de forma radical, mexendo na grade curricular e eliminando algumas disciplinas da área humana, que para ele, tem a função importante de levar os alunos a terem uma postura de maior reflexão sobre as coisas da vida.

O escritor ainda criticou um artigo da proposta de reforma que permite ao diretor de uma escola contratar para ser professor uma pessoa sem formação pedagógica e específica, o que para José de Nicola, nos remete de volta ao perigo mais negro da ditadura militar, quando se contratava pessoas para lecionar que tinham afinidade com o poder da época.

Sobre a base nacional curricular, que visa determinar o que o professor deve ensinar em cada série, José de Nicola Neto lembrou que desde o governo passado o Ministério da Educação vem convocando professores universitários de diferentes áreas para essa discussão, que atinge ensino fundamental 1 e 2 e ensino médio. Segundo ele, a base nacional curricular deve determinar 60 por cento do que se ensina na escola e deixar uma liberdade de 40 por cento para regionalismos.

José de Nicola citou pontos dessa base que considerou "quase condenáveis", como a eliminação do eurocentrismo, na área de história, e no caso da literatura, uma inversão na ordem do estudo de autores. Segundo ele, a base prevê que no primeiro ano os alunos estudem autores contemporâneos, no segundo os autores dos séculos XX e XIX e no terceiro ano, autores do século XVIII, XVII e XVI. "Uma coisa absolutamente insana", falou.

Sobre o programa Nacional do Livro Didático, o professor destacou que foi uma exceção na história política brasileira porque foi criado no governo FHC e teve continuidade e sem alterações, mas com complementação, nos governos Lula e Dilma. "O PNLD não é um programa de governo é um programa de Estado", frisou.

Mas José de Nicola lamentou a proposta do governo atual em alterar o Programa e não dar continuidade ao modelo atual, demonstrando preocupação com a sua extinção, o que para o professor seria uma coisa terrível, pois segundo ele, em muitos casos o livro didático é o único livro que um aluno brasilleiro tem na vida e concluiu dizendo que vivemos uma instabilidade ruim com sinalizações de retrocesso.

Veja na íntegra a entrevista!


Marcelo Lopes
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