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Enfermeira afirma que bebê morto estava com desnutrição tão forte que tinha 'face de idoso'

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“Vulgarmente falando, era só pele e osso e tinha face de idoso”, afirma e enfermeira Amélia Barbosa, que recebeu a bebê de um ano e dois meses, que morreu no último domingo (18),  sob suspeita de desnutrição extrema. Ela contou ao Jornal do Piauí, nesta terça-feira (20), que a menina já chegou morta no hospital. 

“A criança chegou em óbito, já devia ter parado a uns 40 minutos ou mais porque o corpo já estava rígido. Bastante desnutrida, ela tinha um ano e um mês, e tinha uma face de idoso; tinha pele sobrando. Bastante emagrecida, vulgarmente falando, só pele e osso”, declarou a enfermeira.  

O bebê, que é a caçula de cinco irmãos, morava com a família na Vila do Avião, na região da Pedra Mole, na zona Leste de Teresina. Familiares e vizinhos mais próximos não quiseram gravar entrevista.  

Segundo alguns moradores, a criança estava doente há várias semanas apresentando sintomas característicos de pneumonia, mas só foi levada ao hospital no final da tarde de domingo em estado grave. 

A conselheira tutelar Socorro Arraes acompanha o caso. Ela comentou que, no momento, “apenas pode relatar o que os vizinhos já repassaram ao Conselho”.

“Os vizinhos disseram que a criança tinha sede, fome e que o cuidado era pouco. O Conselho já fez um Boletim de Ocorrência e pedidos a requisição dos exames cadavéricos e de corpo e delito, para enviar ao Ministério Público e a Delegacia”, disse Socorro.

Ela destacou ainda que a casa onde residia com a família não era adequada para três crianças. “Era uma casa que eu pensei que teve principio de fogo, só tinha um ‘fugareiro de lata’, uma cama e uma rede. O resto é muito precário, não tem absolutamente nada que dê condições para as demais crianças permanecerem no local”. 

Ao conversar com a mãe, a conselheira disse que a criança estava doente, que já tinha levado ao médico e estava tomando medicação. "A verdade é que houve omissão por parte dos pais". 

Áudio

Um áudio divulgado pelo Jornal do Piauí, nesta terça-feira (20), denuncia que a negligência por parte da família é verdadeira.

Veja a tradução do áudio (que está no vídeo acima). 

“Se a Justiça for investigar vai descobrir tudo. Não tem como ela escapar. Ainda fica se afobando de que não foi presa porque a menina morreu por doença. E todo mundo sabe que não foi de doença, foi de fome mesmo que a criança passou. Como é que uma criança de um ano e pouco, não dá uma comida pra criança, se o médico diz que a mamada é de até seis meses. Ela tinha que passar a dar comida pra criança depois de seis meses. Isso que ela tinha que fazer, e não fazia”.

O corpo do bebê passou por exames do Instituto de Medicina Legal (IML), que já descartou a violência física como espancamentos. 

 

Carlienne Carpaso
[email protected] 

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