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Presidente do BB diz que banco não vai liderar redução de juros

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A Banco do Brasil não vai liderar a redução da taxa de juros bancária e de cartão de crédito, afirmou o presidente da instituição, Paulo Caffarelli, durante entrevista a jornalistas nesta terça-feira (27). Segundo Caffarelli, a política do “bom para todos”, que em 2012 usou bancos públicos para reduzir taxa de juros dos empréstimos, foi ineficiente.

“Já me perguntaram: 'O Banco do Brasil e a Caixa vão liderar a redução da taxa de juros?' Já se provou que isso não é o correto”, afirmou Caffarelli. Segundo o executivo, no passado Caixa e Banco do Brasil, bancos públicos controlados pelo governo federal, reduziram a taxa de juros e não foram seguidos pelos outros bancos, o que prejudicou suas rentabilidades.

Na semana passada o presidente Michel Temer anunciou que o governo vai limitar o prazo para o pagamento do rotativo, quando é feito o pagamento do valor mínimo da fatura do cartão de crédito, para até 30 dias. Depois desse prazo, haverá o parcelamento automático. A previsão do governo é que a medida leve à redução, pela metade, dos juros dos cartões nos primeiros meses do ano que vem.

Em conversa com jornalistas, Caffarelli afirmou que não há pressão do governo para que o Banco do Brasil reduza a taxa de juros e que isso acontecerá de forma natural.

“Existe uma disposição do mercado de reduzir a taxa de juros e isso vai acontecer naturalmente”, disse. Em 2012 o Banco do Brasil e a Caixa fizeram uma política agressiva de redução de juros. No Banco do Brasil, por exemplo, os juros para compra de veículos, que variavam de 1,24% a 3,75% ao mês, caíram, na época, para 0,99% e 2,65%. O crediário para compra de bens de consumo desceu da faixa de 2,26% a 4% para 1,6% a 1,98%.

Rentabilidade
De acordo com Caffarelli, o banco está trabalhando para aumentar a rentabilidade das suas operações e elevar o spread, que a diferença entre os juros cobrados e o custo de captação de recursos. O executivo afirmou que hoje a rentabilidade do Banco do Brasil é cerca de 60% da rentabilidade dos concorrentes. No terceiro trimestre de 2016, o spread do banco foi de 16,5%.

O executivo negou que isso signifique que o banco reduzirá seus juros em ritmo menor que o da taxa básica de juros (Selic), pelo Banco Central. Segundo o vice-presidente de Finanças do Banco do Brasil, José Maurício, há uma série de ações que estão sendo feitas para aumentara o spread. “O banco já vem fazendo um trabalho na ponta para reduzir o custo de captação”, afirmou.

Parte da rentabilidade do banco também é afetada pelas baixas taxas das operações feitas em 2012. Outro ponto que o banco pode trabalhar para aumentar o spread, destacou o executivo, é aumentar a carteira de empréstimos para pessoas físicas, que tem taxa de juros mais altas do que a de pessoas jurídicas.

Venda de ativos
Caffarelli destacou que o banco está em uma fase de aumento de capital, mas que para isso não fará venda de ativos. “Não tem IPO [processo de venda de ações] da área de cartões. Não terá IPO do que gera receita para o banco”, afirmou.

O presidente, no entanto, não descartou a venda de empresas como a NeoEnergia. O banco tem uma participação de 12% na empresa elétrica.
Caffarelli disse ainda acreditar em aumento nas operações de crédito em 2017, ao contrário do que ocorreu em 2016. Segundo ele, essa retomada na demanda deve começar pelo crédito destinado a pessoas jurídicas e pelas chamadas linhas cativas, como crédito consignado e imobiliário, que, por serem mais longos, comprometem menos a renda das famílias.

Fonte: G1

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