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Polícia vai investigar frase transfóbica em cemitério de Teresina

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"Lugar de 'traveco'' é no cemitério". A frase apareceu escrita no muro do cemitério São Judas Tadeu, bairro São Cristóvão, zona Leste de Teresina, e tem causado revolta. A esquina do cemitério abriga, durante a noite, travestis que atuam como prostitutas. A delegacia de direitos humanos vai apurar o caso. 

De acordo com o delegado Emir Maia, as investigações poderão apontar até mesmo a existência de um grupo neonazista em Teresina. Isso porque, junto com a frase, havia o desenho de uma cruz suástica - embora, da forma como desenhado, o símbolo represente desejos de "felicidade e boa sorte" entre budistas. 

"A princípio, a frase por si não caracteriza um crime de ameaça, porque a vítima deve ser determinada. Mas não podemos deixar de agir tendo em vista nossos conhecimentos de grupos de intolerância no Piauí", declarou o delegado. 

Segundo ele, o desenho por si já caracteriza crime, sujeito a detenção de dois a cinco anos e multa, por apologia ao nazismo. 

"Se ao fim chegarmos à autoria, teremos esse delito. É necessário saber a intenção do agente. E o aviso está dado, vamos trabalhar para prevenir e dar segurança à população LGBT", disse. 

Irmandande homofóbica

O delegado lembrou ainda o indiciamento dos irmãos Dijael Verissimo de Sousa e Lucas Verissimo de Sousa, suspeitos de defender mortes de homossexuais no Piauí. Em fevereiro de 2014, o grupo Matizes, entidade em defesa dos LGBT, denunciou a “irmandade homofóbica” em Teresina. 

O grupo estaria distribuindo um bilhete escrito à mão que usa o símbolo do nazismo e que pede a morte de homossexuais, além de estar "recrutando" seguidores na capital.

 

Maria Romero
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