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Policial civil é procurado e irmão preso após tentativa de latrocínio em Teresina

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Um policial civil causou pânico em moradores no bairro Areias, região do Promorar, zona Sul de Teresina, neste fim de semana. O suspeito- na companhia do irmão que foi preso momentos após o crime- teriam tentado roubar um cordão e um anel. A vítima reagiu e os suspeitos começaram a efetuar vários disparos de arma de fogo em via pública. 

"Ele mandou o rapaz tirar o cordão e um anel... o rapaz se negou e ele encostou a arma no rosto da vítima e em seguida disparou. A pólvora quente do disparo chegou a queimar um pouco o rosto do rapaz. Foi uma coisa em absurda", disse  o corregedor da Polícia Civil do Piauí, delegado Adolfo Henrique,

O policial civil foi identificado apenas como Amarildo e está sendo procurado. Já Rafael, irmão dele, permanece preso. De acordo com o corregedor da Polícia Civil, a audácia do suspeito também chamou a atenção. Após o tiroteio, ele e o irmão retornaram para casa que fica bem próximo ao local do ocorrido, como se não temessem a polícia. 

"Ainda avistamos o policial e começou uma perseguição. Ele estava de moto e conseguiu escapar devido a dificuldade que é seguir uma moto  em ruas tão estreitas... Voltamos na casa dele e prendemos o seu irmão Rafael. Fizemos o flagrante por tentativa de latrocínio. Nos causou espanto o nível de agressividade e a ousadia deles que batiam e atiravam nas pessoas que por sorte não foram atingidas, disse o delegado.

Adolfo Henrique disse ainda que o suspeito já havia sido indiciado por assalto há cerca de 20 dias. 

"Ele foi indiciado pela Corregedoria por assalto há cerca de 20 dias. As pessoas o reconheceram, vieram até nós, fizemos todo o procedimento... Eu o afastei da Polícia Civil, mas ele entrou com um mandado de segurança. O poder judiciário o reintegrou em tempo recorde e o Amarildo voltou aos quadros da polícia. Nada me restou a não ser devolver a carteira funcional dele e a arma", conta com indignação o corregedor. 

O delegado acrescenta ainda que tanto Amarildo como Rafael estavam com duas armas cada e que, inclusive, uma delas seria da Polícia Civil.

A comerciante Sueli dos Santos conta que foi uma das vítimas do suspeito. Ela disse que estava em casa no bairro Areias, na zona Sul de Teresina, quando foi surpreendida por dois homens armados. As marcas de tiro ficaram nas paredes e portão da residência da vítima. 

Uma das vítimas do policial

"Me espantei porque foram muitos tiros...Ele (policial) pegou meu genro com uma coronhada na cabeça. Quando eu corri para o meio da rua, ele (policial) me deu um tapa no rosto e o irmão dele deu três tiros em via pública...todo mundo viu.  Só não morri por milagre de Deus, Jesus... foi só Deus que me livrou da morte. Ele já tem costume de fazer isso. Na minha casa foi a primeira vez. Ele é acostumado a bater, atirar. Eu quero Justiça", disse  Sueli dos Santos. 

No último sábado (07) foram registrados dois boletins de ocorrência contra Amarildo e o irmão Rafael. 

Corregedor critica ação da PM

Em entrevista ao Notícia da Manhã, o delegado lamentou ação da Polícia Militar que não efetuou imediatamente a prisão de Amarildo. 

"A PM poderia ter prendido em flagrante. Não existe esta história de situação flagrancial, de pedir licença para entrar na casa de alguém... A Polícia Militar teria sim, que ter entrado na casa dele, derrubado a porta, mas não o fizeram", desabafa Adolfo Henrique.

O delegado acrescenta ainda que não solicitou pedido de prisão de Amarildo, que já responde a um processo administrativo na Corregedoria da Polícia Civil.

"Pretendo afastá-lo novamente da polícia e faço votos de que ele não seja mais reintegrado, haja vista que a arma do Estado foi usada para atacar o cidadão. Esse rapaz há muito tempo vem aprontando verdadeiras balbúrdias no bairro em que mora, é usuário de drogas. Até então eu não conseguia nada de concreto contra ele e agradeço essas pessoas pela coragem de denunciar o caso. Na Polícia Civil não temos histórico de policial que tenha sido processado e votlado para matar alguém. Neste último caso, ele disse que se as vítimas fossem até a Corregedoria, iria matá-las e que não adiantava nada denunciar pois não daria em nada. Mostrei para ele que não é assim. Quantas pessoas vierem, vamos tomar providências. São só ameaças, mas se precisar, solicitamos medidas protetivas as vítimas", ,finaliza Adolfo Henrique, corregedor da Polícia Civil do Piauí. 

 

Graciane Sousa
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