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PF prende 27 suspeitos por desvio de R$ 7,4 milhões da UFPR

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A Polícia Federal (PF), em ação conjunta com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU), deflagrou na manhã desta quarta-feira a Operação Research (pesquisa, em inglês) com o objetivo de apurar o desvio de 7,5 milhões de reais em dinheiro público destinado à Universidade Federal do Paraná (UFPR) por meio do repasse irregular de recursos mediante pagamentos de bolsas a inúmeras pessoas sem vínculos com a instituição entre 2013 e 2016.

Cerca de 180 policiais federais saíram às ruas para cumprir 73 ordens judiciais sendo 29 mandados de prisão temporária – 27 foram cumpridos -, oito conduções coercitivas (quando a pessoa é levada para depor) e 36 mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro. Os mandados foram expedidos pelo juiz federal Marcos Josegrei da Silva, titular da 14ª Vara Federal de Curitiba. Os envolvidos serão indiciados pelos crimes de peculato e associação criminosa.

Segundo a PF, ao longo das investigações, foram reunidos indícios concretos da realização de fraudes em pagamentos a título de auxílio a pesquisadores, bolsas de estudo no Brasil e no exterior a pessoas que não eram professor, servidor ou aluno da UFPR, inclusive beneficiários do Bolsa Família e de outros programas sociais do governo.

Foi detectada a participação de ao menos dois funcionários públicos federais nas fraudes – ambos foram presos. Entre os beneficiários dos desvios estão um dono de salão de beleza, um motorista, um cozinheiro e uma assistente administrativa que, segundo a PF, não possuem curso superior. Os valores das bolsas fraudadas chegaram a 24 mil reais ao mês. Um aluno pesquisador da universidade chega a receber 5 mil reais de auxílio.

A UFPR tem entre seus docentes o juiz federal Sergio Moro, que leciona direito penal e processual penal na instituição desde 2007. Atualmente, Moro está licenciado devido à Operação Lava Jato.

Os mandados estão sendo cumpridos em Curitiba, Almirante Tamandaré, São José dos Pinhais, Antonina, Francisco Beltrão e Ponta Grossa, no Paraná; Rio de Janeiro; e Campo Grande e Maracaju, no Mato Grosso do Sul.

Por meio de nota, a UFPR afirma que uma sindicância interna foi aberta em dezembro de 2016, quando a própria universidade tomou a iniciativa de encaminhar o caso à PF para investigação criminal, e reiterou seu compromisso com transparência e ética. “A gestão do reitor Ricardo Marcelo Fonseca reafirma seu compromisso com a transparência e a ética. Reforça ainda que condena veementemente qualquer prática ilícita e que continuará colaborando com as investigações, tanto no âmbito do Tribunal de Contas da União quanto da Polícia Federal”, afirma a nota.

Fonte: Veja

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