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CRM denuncia recém-nascidos internados em locais inadequados na Evangelina Rosa

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Após receber denúncias de médicos sobre as condições de trabalho na Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER), localizada na zona Sul de Teresina, o Conselho Regional de Medicina do Piauí (CRM-PI) realizou uma fiscalização no local constatando a superlotação de pacientes – inclusive as sem complicações graves – e problema estruturais colocando em risco à saúde das gestantes, mulheres em puerpério e recém-nascidos.  Os profissionais também denunciaram a falta de um banco de sangue e laboratórios próprios. 

“Nós médicos e demais equipes de saúde estamos trabalhando no limite e sem estrutura adequada”, denunciou uma plantonista. 

A equipe de fiscalização ouviu diversos relatos, dentre eles de uma parturiente do município de Regeneração, que estava há 12 horas sem atendimento e não passou por regulação ou encaminhamento para avaliação do seu estado de saúde. A situação, para o CRM-PI, é irregular e constrangedora para a paciente, inclusive com grande risco de infecção.

A fiscalização contou com a presidente Drª Mírian Palha Dias Parente; com o vice-presidente, Dr. Dagoberto Barros da Silveira, e o médico fiscal Dr. Francisco Marivaldo. O Ministério Público Estadual estava representado, por meio da promotora Drª Karla Daniela Carvalho. 

Recém-nascidos 

De acordo com o CRM-PI: um dos problemas mais graves encontrados na maternidade está nas alas do centro cirúrgico: primeiro porque faltam profissionais especializados para atender a demanda de partos cesarianos e, segundo, que não há locais adequados para atender os recém-nascidos que precisam ficar internados e até passar por cirurgias. Segundo denúncias, a Central de Regulação encaminha pacientes em trabalho de parto e como justificativa informa, muitas vezes, que a razão do encaminhamento é falta de vagas em outras unidades de saúde.

O caos maior foi registrado no Centro Obstétrico Superior – COS: recém-nascidos graves estavam internados dentro de salas cirúrgicas, onde eram realizados vários partos, apenas durante uma manhã de vistorias. De acordo com o Conselho, os recém-nascidos graves deveriam estar internados em ala própria. 

“O grande problema constatado é que não há local apropriado e nem leitos disponíveis. Outros recém-nascidos estavam internados em condições inadequadas, apenas com a utilização de berço aquecido e hidratação venosa, porém deveriam estar em leito de UTI neonatal e fora do COS, mas como não há vagas para todos, estão recebendo tratamento no local, de forma improvisada”, disse o Conselho em nota.

Outra falha grave apontada pelo CRM-PI e pelo MPE é que na sala de recuperação pós-anestésica, pacientes que deveriam ficar em observação por no máximo duas horas, ficam no setor por 12 horas ou mais, por falta de leitos disponíveis nas enfermarias, geralmente superlotadas. Ainda na sala de recuperação pós-anestésica, nem todos os leitos possuem monitores cardíacos, nem oxímetro de pulso, o que é obrigatório pelas normas de saúde. Uma das salas do centro cirúrgico estava sem ar condicionado e o piso e paredes contêm rachaduras, acumulando lixo e poeira, que podem causar infecções.

Lavandaria 

Na lavanderia da MDER, o CRM-PI flagrou funcionários trabalhando em condições insalubres e ruídos acima do permitido pela legislação trabalhista. Entre as irregularidades, falta de equipamentos de proteção individual, tais como máscaras específicas, luvas, vestimentas e botas de trabalho. A diretoria da maternidade será notificada e receberá prazo para cumprir as normas sanitárias de saúde.

Reunião 

Nesta quinta (18), um Fórum Interinstitucional Permanente de Saúde, presidido pelo CRM-PI, será realizado para discutir as irregularidades. Foram convocados os secretários de Estado da Saúde, da Administração, da Fazenda, o presidente da FMS, Silvio Mendes, e diretores e gestores da MDER e de maternidades de bairros; além da diretoria da Central de Regulação do Estado, em busca de soluções práticas. O diretor da MDER, o médico Francisco Macedo, está presente na reunião. 

Esclarecimentos 

A Maternidade Dona Evangelina Rosa informou que está passando por um processo de reforma e ampliação, que irá contar com cerca de 50 leitos a mais, entre UTI neonatal e obstétrica. Atualmente a unidade de saúde conta com 20 leitos de UTI neonatal. A previsão é que a construção de 10 novos leitos da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) seja iniciada ainda neste semestre. Outra importante intervenção é a reforma da urgência e emergência, onde será ampliado em 40 leitos hospitalares oferecendo um melhor atendimento a população.

Sobre a situação dos recém-nascidos em locais inadequados, a Maternidade informou que será discutido durante a reunião de hoje. 


Da Redação
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