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Exército, PRF, COMDEC e pipeiros discutem operação pipa em Jaicós, mas impasse continua

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A operação pipa no município de Jaicós voltou a ser discutida em uma nova reunião realizada na manhã desta quarta-feira, 25, no auditório da Assistência Social, com a participação de autoridades municipais, da Comissão Municipal de Defesa Civil, de representantes do Exército Brasileiro e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), além dos pipeiros.

Os proprietários dos caminhões pipas contratados para atuarem na distribuição de água no município estão com as atividades paralisadas desde o início deste mês. Eles alegam que a prestação dos serviços ficou inviável depois das alterações feitas na planilha de trabalho, que diminuiu o número de cargas de água, bem como, a quilometragem e a quantidade de viagens entre o manancial de água cadastrado e ponto de descarga.

Atendendo a solicitações do Governo Municipal e da Comissão, na reunião de hoje, foram apresentados os dados de um levantamento feito pelo Exército sobre a demanda de distribuição de água no munícipio. O comandante do 25º BC, coronel Francisco Nixon, explicou que foi enviada uma equipe para percorrer cada cisterna, em cada localidade do município, com o objetivo de ver qual é a verdadeira necessidade de água, e se há necessidade de reajuste nas planilhas. Os dados apresentados foram questionados por representantes do município. A Comissão alega que existem cisternas exclusas do levantamento.

Foram várias as tentativas de acordos entre o Exército, a Comissão e os pipeiros. Umas das alternativas propostas pelo Exército foi diminuir a quantidade de pipeiros, reduzindo de oito para quatro, aumentado assim o valor de mensal por carro e a quantidade de cargas de água. Outra alternativa proposta pelos pipeiros seria o não pagamento do manancial de água, diminuindo as despesas, mas o município não dispõe manancial público com capacidade para atender a demanda da operação.

Para o comandante do Exército, a solução seria o reajuste dos valores, mas justificou que esse reajuste não depende do Exército, e sim, do Ministério da Integração Nacional, responsável pelos repasse de recursos.

Após horas de diálogo, a reunião terminou sem entendimento total entre as partes. A paralisação foi mantida e o município continuará, provisoriamente, sendo abastecido pelos caminhões pipas do Exército Brasileiro. O coronel Nixon, no entanto, afirmou que comboio militar vai continuar atuando em Jaicós por no máximo 20 dias, e vai parar.

Ao final, ficou acordado que a própria Comissão Municipal de Defesa Civil fará um novo levantamento da necessidade de abastecimento de água no município e encaminhará ao Exército. Os pipeiros também deverão comprovar documentalmente as alegações de prejuízo.

O comandante Nixon disse compreender as alegações feitas pelos pipeiros. “Eles [pipeiros] continuam firmes, não aceitam continuar trabalhando, pois afirmam que vão ter prejuízo. E eu entendo, por isso pedi que eles anexassem documentos comprovando as alegações. Realmente ninguém pode pagar para trabalhar, então, vamos anexar essa documentação e produzir um relatório informando nosso escalão superior. É o que nós podemos fazer neste momento”, disse.

O coronel afirmou que, diante do impasse, será cumprido o que consta no edital e alertou que o município poderá perder a operação. “Vamos seguir o que está previsto no edital. Como nenhum dos pipeiros selecionados quis continuar, vamos convocar outros pipeiros, e se não aparecer algum interessado, é possível que o município seja retirado da operação carro pipa”, disse Nixon. O coronel ressaltou que, de imediato, não tem como resolver o problema e que vai procurar junto ao prefeito e a COMDEC alternativas e soluções para o caso especifico de Jaicós.

O prefeito de Jaicós, Ogilvan Oliveira, o Neném de Edite, disse que o objetivo da reunião era resolver o impasse do abastecimento de água, e ainda lamentou a situação não ter sido resolvida. “Discutimos aqui os destinos da operação pipa em Jaicós, buscamos diversas alternativas para resolver definitivamente esse problema abastecimento de água da zona rural, mas, infelizmente, é mais complicado do que imaginávamos e não chegamos a um consenso”, disse o prefeito.

O gestor afirmou que vai documentar os novos fatos e continuar a busca pela solução do problema. “Vamos fazer um novo levantamento sobre a demanda de água, junto a Secretaria de Agricultura e a COMDEC, e mostrar que essa planilha proposta pelo Exército é insuficiente para abastecer o município. Nós vamos recorrer a todas as alternativas existentes. O que não queremos é que o nosso município seja penalizado”, disse.


Fonte: cidadesnanet

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