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'As pessoas estão cansadas do modelo tradicional de política', diz Leandro Karnal

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O professor Leandro Karnal está em Teresina e ministra palestra sobre “Conhecimento, Trabalho e Tempo no mundo contemporâneo”. Em entrevista à imprensa, na tarde deste sábado (27), Karnal falou sobre ética, individualismo e política. Para ele, os brasileiros estão cansados do modelo tradicional de se fazer política, que preferiu não opinar sobre um possível nome para a sucessão do atual presidente da República, Michel Temer (PMDB).  

“Hoje quem conseguir imaginar quem governará o país no fim do ano precisa jogar búzios, ter intuição e ainda assim as chances de errar é muito grande. Há um modelo evidente, as pessoas estão exaustas do modelo tradicional de política. As pessoas estão cansadas do modelo tradicional de política. Surgiram opções no mercado político, que são os políticos que se apresentam como não-políticos. Talvez  o modelo seja o presidente Trump, dos Estados Unidos, de alguma forma  o prefeito de São Paulo, o Doria, que são políticos que não são tradicionais políticos de uma carreira inteira dedicada a política. Também nós sabemos que esse modelo tem problemas”, declarou.

Questiono se ele poderia assumir o cargo de Presidente da República, Karnal brincou: “Tenho mais 35 anos, sou brasileiro nato, estou em pleno exercício dos meus direitos civis. Logo, eu tenho as três condições pra ser presidente, mas não há ninguém que me odeie a esse ponto pra me indicar”, disse. 

Leandro Karnal é palestrante da 23ª Convenção Logística do Piauí,  realizada neste sábado (27), no auditório da Uninofapi, que também contou com a participação de importantes nomes, como Beth Furtado, Bráulio Bessa e Rony Meisler. 

Ética, Poder e Conhecimento 

Karnal ressaltou durante entrevista que “as pessoas estão convencidas de que ética não é mais um exercício filosófico. A ética faz parte da planilha Excel das empresas; sem ética você não constrói uma empresa sólida e com sustentabilidade”.

O professor explica que a humanidade vivenciou três evoluções: pela força, pelo dinheiro e pelo conhecimento.  

“A gente diz que na origem da humanidade o que dominava era a força. Depois, num segundo momento, a partir do capitalismo, passou a dominar o dinheiro. A terceira evolução, que nós estamos vivendo, é a do conhecimento. Fracin Bacon, que é um grande filosofo, dizia que conhecimento é poder. Isso significa que aquilo que você tiver de capacitação, aquilo que você tiver de cursos, as línguas que você dominar, as habilidades que você desenvolver, são patrimônio permanente. Bens, recursos e investimentos podem ser retiradas e perdidos; agora que você tem de conhecimento permanente você leva de um lugar para o outro. Mas do que nunca os empresários e também todos os funcionários – todas as pessoas – estão se dando conta de que conhecimento é poder”. 

Individualidade
 
Karnal também comentou que um dos males mais graves por qual a humanidade enfrenta na contemporaneidade é o excesso de individualismo. 

“Nós temos vários males da contemporaneidade, mas eu identifico o individualismo, por exemplo. O fato de nós estarmos nos fechando através da tecnologia, nós não enxergamos mais as pessoas, e disso decorre da desumanização e as pessoas passam a ser só um fato, um  número. Eu diria hoje que a falta de comunicação, de diálogo leva a cenas em que eu não reconheci em você interlocutor uma outra pessoa”, 

Karnal também criticou a falta de originalidade. Para ele, “o mundo ficou muito igual”.  

“Hoje vendemos ao mundo e ao mercado a originalidade, vendemos um padrão em que as empresas estão acordando. O mundo ficou muito igual, as lojas de todas os shoppings das grandes cidades brasileiras, todas são iguais. Cada vez mais existem uma demanda por um comércio por uma produtividade que seja única. Quando eu vou para Teresinha, Manaus e Belém, eu não quero encontrar a mesma loja , o mesmo padrão, o mesmo produto que eu posso encontrar na esquina da minha casa em São Paulo”, questionou.

Pessimismo

Já durante a palestra, ministrada na Convenção Logística 2017, neste sábado (27), Karnal ressaltou que o pessimismo não é um problema porque ele dá real noção e dinâmica sobre os riscos de todo empreendimento, “e quem não tiver um pouco, fracassa”.  

“O Pessimisno não é tão ruim. Todos vocês precisam para planejar um negocio. O pessimista é fundamental para dizer que não é possível fazer tudo na vida. Toda equipe política, econômica, precisa de um pessimista, mas no máximo um. Geralmente, ele está no departamento financeiro”, declarou.  

Apesar disso, Karnal ressalta que "sem otismo não haveria civilização, sem otismo nao haveria familia, não haveria comércio, está tudo díficil por isso tenho que fazer mais coisas".

"Se hoje há um esvaziamento enorme da esperança, eu quero chamar atenção que tem haver com um fato, que não tem um culpado, mas tem uma caracteristica, o fato de que vocês ao acordarem cedo e trabalharem, que voces diariamente,  estudantes e trabalhadores, vocês não estaram em uma machente de jornal, mas o desvio de verba estará,transmitindo ao país a ideia de que o país é pura corrupção; o que é falso. o ladrão precisa matematicamente que se produza algo para ser roubado. Se todos roubassem não haveria de quem roubar". 

 

 

Carlienne Carpaso
[email protected] 

 
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