Funcionários da Ceapi protestaram na manhã desta quinta-feira (01) por não saberem se continuarão ou não com os seus empregos agora que o espaço está sob nova administração. A Ceapi voltou a ser Ceasa, a Nova Ceasa, e é mais uma parceria público-privada no Estado. Segundo os trabalhadores da Ceapi: “não há respostas” e o futuro profissional é incerto no local.
A empresa Brasil Fruit assumiu o espaço há 17 dias e promete modernizar o atendimento. Ela entra e o governo sai com todos os moveis, equipamentos e funcionários.
“Do tempo que aconteceu a concessionária aqui, nunca ninguém procurou a gente para conversar. Estamos simplesmente aqui jogados. Vieram secretários, a senhora Viviane, mas nunca ninguém chegou e chamou os funcionários para dizer o que realmente vai acontecer: se a gente vai continuar aqui ou se vão nos levar para outro lugar”, lamenta a funcionária da Ceapi, Patrícia Rocha.
Cerca de 105 funcionários da organização social que tinha contrato de gestão com o Governo do Piauí por meio da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural não recebem o salário de maio e de junho, o FGTS, indenização e nenhuma explicação sobre o que acontece com eles a partir de agora.
“Nós somos pais de família, precisamos de uma situação concreta, como é que o filho da gente vai comer? Como a gente consegue educar nossos filhos?”, desabafa o funcionário Jose Vacadão.
Pagamentos e
A nova administração até pode aproveita parte do antigo quadro de pessoal, mas o Estado precisa primeiramente quitar as dívidas.
“Nós temos um parecer jurídico que veda que a gente faça qualquer contratação até que o Estado regularize a situação dos servidores anteriores. A gente sabe que o Estado está se mobilizando para fazer essa regularização. Já recebemos a sinalização que isso seria feito em breve. Estamos aguardando porque a gente entende que isso é um processo burocrático, e que o Estado precise de um tempo para se organizar”, explicou James Rodrigues, presidente da Nova Ceasa.
Já o presidente da Empresa de Gestão de Recursos do Piauí (Emgerpi), Ricardo Pontes, tranquilizou esses 105 empregados da Ceapi, que está em processo de extinção, e esclareceu alguns pontos. O perfil dos profissionais está sendo analisado um a um para que possam ser realocados em outros espaços.
“Nós tínhamos acertado com eles que até a data 31, que foi a dada de ontem, a gente iria estar concluindo o pagamento do FGTS, que está em atraso, e já procedendo o termo de rescisão de contrato, mas por um problema burocrático faltou orçamento. Estamos trabalhando junto com a Secretaria de Planejamento, conversando com o secretário Antonio Neto”, disse Pontes.
Pontes destacou ainda que hoje foi decretado uma regularização suplementando a Secretaria de Desenvolvimento Rural. “Fazendo isso nós queremos pagar o FGTS que está em atraso, são mais de R$700 mil em atraso, queremos pagar até o dia 7, que é a data do vencimento do FGTS. Após isso, vamos calcular todas as verbas indenizatórias. Até o dia 20 queremos estar fazendo a homologação das rescisões de contrato”, explicou.
Carlienne Carpaso
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