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Pabllo Vittar: sou um menino gay, não sou trans

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Pabllo Vittar está em todas: na TV, no YouTube (seu clipe K.O. já ultrapassa 70 milhões de visualizações), no deserto do Saara com Anitta... E o sucesso da cantora não vem sozinho, viu?! Pabllo quebra tabus, preconceitos e se consolida como uma das novas heróinas na discussão de gênero. “Acredito que a pessoa tem que ser o que ela quiser, independente de ser homem, mulher, os dois ou não ter gênero algum”, diz. Já sobre os vááááários boatos sobre sua identidade, Pabllo responde sem firulas: “Sou um menino gay que faz drag. Não sou trans!”. Abaixo, a entrevista completa com a cantora:

Pabllo, com qual gênero você se identifica?
PABLLO: Com o masculino. Sou um menino drag.

Muita gente questiona sua identidade de gênero?
P: Muitas. Acho que por conta do meu drag ser superfeminino, sabe? Eu realmente me esforço para me parecer com uma garota. Aí, já viu, né?! As pessoas pensam que estou passando por transições cirurgicas...

Então você não está?
P: Não.Não sou trans! Não quero mexer no meu corpo, fazer cirurgias... Sou feliz como sou.

E você acredita nas denominações de gênero “tradicionais”: masculino e feminino, apenas?
P: Não acredito, não! Acredito que a pessoa tem que ser o que ela quiser, independente de ser homem, mulher, os dois ou não ter gênero algum.

E como você expressa a sua identidade?
P: Na minha música, no modo como me visto, falo... Não me reprimo e me expresso sem medo de ser feliz!

Qual pronome você prefere que as pessoas utilizem com você?
P: Juro que não tenho ‘grilos’ com isso, não! Mas, obviamente, quando estou montada, prefiro ser chamada de ‘a’ Pabllo. São horas no make, né?!

Você se releciona com...
P: ...Homens. Sou um menino gay, que faz drag e se relaciona com homens gays.

E quais os desafios de ser a Pabllo?
P: Dormir pouco. E é só isso mesmo, juro! Sempre estou me divertindo e amo muito o meu trabalho. Não escolheria outra coisa no mundo para fazer.

E a melhor parte?
P: Receber o carinho do meu público.

Você quebrou muitas barreiras na luta contra o preconceito. Ainda assim, sente que há um longo caminho a percorrer?
P: Sim... Um longo caminho. A gente já avançou, muito – fato! Hoje temos uma voz mais ativa, justamente porque ocupamos espaços, na mídia, no mercado de trabalho e na cultura, por exemplo, que, até pouco tempo, nos excluiam! Mas sei que podemos ir muito, muito mais além.

Ainda sobre o preconceito, o que você acha que é mais urgente e espera que mude em um futuro próximo?
P: Que as pessoas passem a se importar mais com a propria vida e deixem as outras viverem em paz. A minha sexualidade, por exemplo, não interfere em nada na sua vida, no seu trabalho, na sua casa... Então, porque as pessoas têm que discordar do que faço dentro do meu quarto? Alô, gente! Vamos pensar fora da caixa, por favor.

Como você se sente sendo apontada como uma das novas heróinas da discussão de gênero?
P: Uau... Muito feliz! Existem muitas meninas drags no Brasil fazendo um trabalho in-crí-vel. Por isso, sempre digo: ‘suportem as local queens, gente’. Ofereça trabalho para as drags da sua cidade. Assim, elas possam levar a arte delas para mais e mais longe. Sou muito grata por estar na linha de frente dessa guerra!

Fonte: Glamour

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