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Felipe Mendes aprova privatização da Eletrobras e diz que Governo fará "queima" de bens públicos

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Em entrevista ao Cidade Verde Notícias desta quinta-feira (24), o economista Felipe Mendes demonstrou-se favorável à privatização da Eletrobras Piauí, ainda que faça críticas ao Governo Federal. Para o ex-vice-governador do Piauí, ex-deputado federal e ex-presidente da Codevasf, as privatizações anunciadas nesta semana são "um queima" de bens públicos e não resolvem o problema econômico do país. 

Sobre a companhia responsável pelo fornecimento de energética no Piauí, Felipe Mendes citou o exemplo de estádos vizinhos e afirmou que não há como piorar a situação atual. "Se você olhar os vizinhos Maranhão e Ceará, quando houve a privatização, eu tenho certeza que a distribuição de energia melhorou em relação ao que era antes, uma empresa estadual", disse para a Rádio Cidade Verde.

Felipe Mendes também lembrou que o estado passou a ser um grande produtor de energia renovável, mas não consegue fazer com que essa energia seja consumida pelos próprios piauienses, servindo desde residências e indústrias, penalizadas com problemas no fornecimento. 

"Nós temos hoje uma propaganda massiva de que o Piauí é um dos maiores geradores de energia do país. Sim, e daí? A energia é gerada pelas usinas eólicas e placas solares, mas não há distribuição dessa energia para as casas e indústrias, que é o papel da Eletrobras como concessionária. Se não tem dinheiro, essa energia que é gerada vai para outros lugares, não para o Piauí. E o desenvolvimento do Piauí fica amarrado por essa condição de precariedade da energia elética do estado", acrescentou. 

Sobre as privatizações, que envolvem companhias energéticas, aeroportos, rodovias e até a Casa da Moeda, Felipe Mendes classificou o ato como "desespero do Governo em fechar o caixa" por conta da crise. "O Governo tem que ter uma conduta financeira de tal maneira que não obrigue a tomar essas medidas um pouco desesperadas. Tudo tem de ser precedido de um plano, um estudo mais apropriado", avaliou. 

Felipe Mendes comparou a situação a de uma pessoa comum, que gastou mais do que devia e precisa vender algum bem para fechar as contas do fim do mês. O economista fez uma analogia e disse que o Governo "está fazendo um 'queima' de ativos, de bens que são públicos. É do povo, não é do Governo". 

E o complicador é que esse "saldão" não resolveria o problema do desequilíbrio financeiro. O Governo "vende empresas públicas, recebe dinheiro, cai na panela do Governo que está furada, amanhã ou depois vai ter que vender outras coisas", completou o economista. 

Ouça a entrevista na íntegra:

Fábio Lima
[email protected]

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