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Chega a cem o número de policiais militares mortos no Rio em 2017

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O sargento Fabio José Cavalcante e Sá, de 39 anos, morreu na manhã deste sábado (26), tornando-se o centésimo policial militar morto este ano no Estado do Rio de Janeiro, uma marca que vem sendo batida cada vez mais cedo nos últimos quatro anos. De acordo com as primeiras informações, ele morreu em uma tentativa de assalto no Largo do Guedes, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Homens armados com fuzis surpreenderam o policial, que reagiu e foi baleado na cabeça. O militar chegou a ser levado para a UPA da Nilo Peçanha, em Duque de Caxias, mas não resistiu. A informação foi confirmada pelo comandante-geral, coronel Wolney Dias, que lamentou a morte. Fábio era lotado no 34º BPM (Magé).

- Ele foi morto com um tiro na cabeça! - disse Wolney.

 

O policial concorreu nas últimas eleições pelo PR ao cargo de vereador em São João de Meriti, onde nasceu. Ele obteve 1090 votos, ficando com a segunda suplência.

Em 2014, 112 militares foram mortos, numa média de um homicídio a cada três dias. Este ano, a média já está em um PM assassinado a cada dois dias.

Na última semana, dois policiais foram mortos. No dia 22, o cabo Thiago Rodriguez da Silva, de 32 anos, foi sequestrado por bandidos perto de sua casa, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. Thiago foi encontrado morto dentro do porta-malas de seu carro. Ele estava há seis anos na corporação e era lotado na UPP Tabajaras.

No dia 24, o subtenente Mabel Sampaio, de 53 anos, foi morto quando chegava em casa, no bairro Porto da Madama, em São Gonçalo. Ele era lotado no 12º BPM (Niterói).

 

Dos mortos, apenas 21 estavam em serviço

Entre os 100 PMs mortos no Rio desde o primeiro dia do ano, 21 perderam a vida enquanto estavam de serviço. Destes, 11 eram soldados, oito eram sargentos e dois eram cabos, além de um subtenente. Não há oficiais. Mais de um terço dos policiais mortos em serviço (8) foram baleados em áreas que contam com Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

Considerando o total de policiais militares mortos em 2017, os soldados, patente mais baixa na corporação, também são maioria: 33. Na sequência, ainda entre os praças, vêm os sargentos (30), os cabos (18) e os subtenentes (15). Desta vez, um único oficial surge na lista: o tenente Giovani Guimarães Lemos, de 49 anos, vítima de uma tentativa de assalto em São Gonçalo. Em dois casos, a patente do PM era desconhecida e não foi informada pela corporação.

Pouco mais da metade das mortes (52) aconteceu na capital do estado. Entre elas, 32 se deram na Zona Norte e 17 na Zona Oeste, restando duas ocorrências para a Zona Sul e uma para o Centro da cidade. Ainda na Região Metropolitana, 31 casos ocorreram na Baixada Fluminense, seis em São Gonçalo, três em Itaboraí ,um em Niterói e outro em Maricá. Houve ainda cinco mortes no interior: duas em Cabo Frio, na Região dos Lagos; uma em Volta Redonda, no Sul Fluminense; uma em Bom Jardim, na Região Serrana; e uma em Itaperuna, no Noroeste do estado.

Entre as 84 ocorrências em que foi possível obter a data de nascimento do policial morto, a média de idade das vítimas é de pouco mais de 41 anos - o número, porém, cai para 35 anos se considerados somente os agentes de serviço (situação em que se encontravam dois dos três mais jovens da lista, todos com 25 anos). Já o PM mais velho assassinado em 2017 foi o subtenente reformado Valmir dos Santos Tavares, de 70 anos, baleado por traficantes no bairro de Jurujuba, em Niterói, onde morava. Seis anos antes, ele chegou a ser preso pela Polícia Civil por suspeita de participar de um grupo de extermínio que atuava na região.

Um terço dos policiais mortos foi vítima de execução, segundo a polícia

Execução é a principal linha de investigação da Polícia Civil em pelo menos 27 casos de policiais militares mortos este ano no estado do Rio. Levantamento feito pelo EXTRA revela que o número representa um terço dos PMs assassinados fora de serviço. Já outros 34 policiais que não estavam trabalhando foram mortos durante assaltos. Há ainda um caso de militar atingido por uma bala perdida e pelo menos dois crimes passionais. Dos 99 PMs mortos, 21 estavam em serviço, 21 eram reformados e os outros 57 estavam de folga.

Do total de executados, foram 19 mortes na capital - 11 na Zona Norte e oito, na Zona Oeste - e oito, na Baixada Fluminense. Um dos casos foi do sargento Renato Alves da Conceição, de 39 anos, assassinado em janeiro com pelo menos oito disparos, quando passava numa BMW branca pela Rua Acapurana, na Gardênia Azul, favela na Zona Oeste dominada por uma milícia. Lotado na Diretoria Geral de Pessoal (DGP), ele foi o 16º PM assassinado no Rio. Já o sargento Roberto Soares Sant'anna Junior, que era lotado no 6º BPM (Tijuca), foi executado a tiros dentro de sua casa, em São João de Meriti, na Baixada, em março.

Os episódios de policiais mortos em assaltos também se concentraram na capital - foram registrados 22 casos, 15 na Zona Norte, um na Zona Sul, quatro na Zona Oeste e um no Centro. Na Baixada, foram dez casos, e na Região Metropolitana, dois.

Um dos casos mais recentes foi a da cabo Elisângela Bessa de Cordeiro, de 41 anos, morta com um tiro na cabeça, na madrugada do dia 12, durante um assalto. O caso aconteceu em Coelho Neto, na Zona Norte do Rio. Elisângela, que estava na PM há 11 anos, foi atingida quando voltava de Nilópolis, na Baixada Fluminense, onde tinha uma barraquinha de batatas fritas para complementar a renda. Ela tinha passado a noite vendendo o petisco com o marido.

Fonte: Extra

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