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Entenda a importância de falar sobre sexo com adolescentes no consultório

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Apesar do tema aparecer constantemente em nosso dia a dia, seja em conversa com amigos ou na mídia, falar com os filhos sobre sexo ainda é um tabu. Ou será que o tabu maior seria os filhos falarem sobre sexo com os pais? O fato é que nem sempre este diálogo é estabelecido em casa e a tendência dos jovens é procurar respostas em outras fontes, nem sempre totalmente confiáveis.

Quando pequenas, as crianças têm curiosidades mais simples, com perguntas do tipo: "de onde vêm os bebês?" ou "como ele foi parar na barriga da mamãe?". Nessa e em todas as fases a solução é a verdade, dita de forma simples e clara, com o cuidado de só responder a dúvida que surgiu, evitando ir além e respeitando a maturidade de cada um.

Mas o tempo passa e as dúvidas se tornam mais complexas, não só relacionadas com o a fecundação, mas também com o ato sexual em si, com sensações tais como atração, tesão, orgasmo, momento de iniciação. Os principais responsáveis em oferecer informações e suporte adequados com relação ao tema sexo são a família, a escola e os profissionais da saúde. As escolas tendem a focar nas questões biológicas e muitos pais não se sentem preparados para se aprofundar no assunto, abrindo então brechas para o desconhecimento ou para a obtenção de informações equivocadas. Surge em cena então o profissional da saúde, principalmente o hebiatra, profissional preparado para lidar com o adolescente tanto do ponto de vista físico como do ponto de vista psicoemocional.

Durante a consulta médica com o hebiatra, é oferecido ao adolescente um momento de privacidade, garantindo o direito à confidencialidade, ou seja, ao sigilo médico. Só assim o paciente fica à vontade para conversar sobre temas tabus, sobre os quais não se sente confortável para falar com os seus familiares, dentre eles sexo. E o médico habilitado conduzirá o assunto de forma natural, dando orientações e tirando dúvidas.

Mas sobre o que se fala na consulta? Tudo. Inicialmente o médico vai entender qual é o conhecimento do seu paciente e sentir qual a melhor abordagem a ser feita com ele. Não é possível padronizar, cada indivíduo tem suas particularidades e o médico ficará atento a elas e irá respeitá-las. Discutem-se os aspectos biológicos, mas também são abordados sentimentos de amor, de atração, dos relacionamentos passados e do grau de intimidade das relações com seus parceiros. Conversa-se sobre diversidade sexual e respeito ao próximo. Durante este momento também acontece a orientação sobre métodos contraceptivos e a importância do seu uso para prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DST) e de gravidez. Quando necessário, métodos são indicados e prescritos.


De modo didático a adolescência pode ser dividida em três fases, quando se fala do desenvolvimento da sexualidade. Com esse conhecimento e respeitando as características de cada um, surgem os seguintes assuntos:

No início da puberdade, as questões costumam ser mais relacionadas às mudanças físicas e às descobertas do próprio corpo. Aparecem as primeiras paqueras, flertes e alguns já ousam ?ficar?. Surgem dúvidas sobre masturbação. Neste momento o adolescente recebe orientação sobre as mudanças do corpo que já aconteceram e que estão por acontecer e as meninas são orientadas a respeito da menstruação, seu significado e como lidar com ela.

Na adolescência média, quando já ocorre a aceitação do novo corpo, a atenção se volta mais para o outro. Muitos já deram seus primeiros beijos e começam a surgir os temas namoro, atração e primeiras carícias. É um momento de muitas dúvidas, de aprender a respeitar o seu limite e o do outro, mas também de saber impor o seu limite para o outro, o que será reforçado pelo hebiatra. Nessa fase podem ocorrer experiências homossexuais sem que haja uma definição de orientação sexual e a diversidade sexual pode ser pauta da conversa. O médico se coloca à disposição para tirar dúvidas sobre métodos de prevenção à gravidez e DSTs.

No final da adolescência, diante de relações mais estáveis, o interesse por conversar sobre métodos contraceptivos é mais evidente e o conteúdo da conversa está relacionado com a vivência de cada um, mas cada vez mais maduro. Podem surgir dúvidas relacionadas ao ato sexual e aos sentimentos envolvidos nos relacionamentos.


O hebiatra representa para os jovens um porto seguro para tirar todas as dúvidas a respeito de sexo, pois além de ter conhecimento sobre o assunto, conversa sem julgamento ou envolvimento emocional. Tira dúvidas e orienta com profissionalismo e garantia de sigilo, que só será quebrado em situações de risco e com o conhecimento do seu paciente, conforme combinado previamente com o adolescente e seus pais. O diálogo com a família é sempre estimulado e com frequência iniciado na própria consulta, intermediado pelo médico.


Fonte: Minha Vida

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