A CPI da JBS aprovou na manhã desta quinta-feira o convite para que o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot venha prestar esclarecimentos sobre o acordo de delação premiada firmado entre os executivos da JBS e o Ministério Público e que foi posteriormente rescindido devido à omissão de crimes por parte dos empresários. Em seguida foi aprovada por unanimidade a convocação do ex-procurador Marcello Miller, que orientou a JBS na elaboração do acordo, após ter passado pela Procuradoria Geral da República. E a convocação do dono da JBS, Joesley Batista.
Também foram aprovados por unanimidade e em bloco as convocações de Ricardo Saud e Wesley Batista, da JBS.
Em gravações, os executivos dizem que Miller prestou favores ao grupo enquanto ainda atuava ao lado de Janot. A prisão de Miller chegou a ser pedida por Janot após essas revelações, mas foi negada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Diferentemente do requerimento de Janot, que está sendo convidado, e portanto pode se recusar a vir, Miller e Joesley serão convocados e terão que comparecer obrigatoriamente à comissão.
A votação desses requerimentos foi expressa, no caso de Janot, o único voto contrário foi o do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Ainda foram aprovados os requerimentos para convidar o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Leonardo Porciúncula, o ex-chefe de gabinete de Janot Eduardo Pellela, o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho, e os delegados que participaram de seis operações que tiveram como alvo o grupo JBS. Os nomes dos delegados ainda serão solicitados à Polícia Federal. O convite a Pellela chegou a ser questionado nas discussões e contou com três votos contrários: de Randolfe e dos deputados Delegado Francischini (SD-PR) e Hugo Leal (PSB-RJ).
— Já aprovamos o convite a Janot, temos que avançar na linha internacional. Acho que não é o momento (de aprovar o convite a Pellela) — defendeu o deputado Delegado Francischini (SD-PR), que é um dos suberlatores da CPI.
Após os questionamentos, o relator da CPI, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), reclamou:
— É, sim, fundamental e importante a contribuição do procurador Pelella. Estamos fazendo um convite. Por isso peço que seja aprovada o convite. Fica parecendo que a todo momento temos que ficar pedindo desculpas por convidar esse ou aquele. Estranho seria se não convidássemos o dr Pelella — afirmou Marun.
Fonte: O Globo
