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Mãe quer banir "A bela Adormecida" das salas de aula

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Uma mãe está querendo banir o livro "A Bela Adormecida" das salas de aula de crianças pequenas na escola primária de seu filho, com a justificativa de que a história promove comportamento sexual inapropriado.

A inglesa Sarah Hall levantou a questão na última semana, depois que seu filho levou para casa uma versão literária moderna do conto de fadas. Mãe de dois filhos, ela estava preocupada com a mensagem que a história estava passando para crianças pequenas, afinal, o príncipe beija Aurora, que está adormecida, para acordá-la de sua maldição. Segundo Hall, isso configura abuso sexual.

De acordo com o Newcastle Chronicle (via Telegraph), ela ainda acredita que a história não deveria ser completamente removida do currículo e poderia ser usada para começar uma conversa com crianças mais velhas sobre consentimento e sobre "como a princesa deveria se sentir".

A Bela Adormecida existe desde 1697, muito antes do famoso filme da Disney, de 1959, e a história original é bastante sombria. Ela vem do conto "Sol, Lua e Talia", escrito pelo poeta italiano Giambattista Basile em 1634. Na trama original, uma princesa adormece sob um feitiço e é estuprada por um rei que a encontra em seu palácio enquanto sai para caçar. A princesa dá à luz a gêmeos enquanto dorme e só acorda quando as crianças sugam o linho envenenado de seu dedo. Depois de uma reviravolta com a esposa do rei, ele e Talia se apaixonam e se casam.

O conto de fadas foi posteriormente adaptado para uma versão mais moderna, bem parecida com o que conhecemos hoje: uma princesa é amaldiçoada por uma bruxa que não foi convidada para a celebração de seu nascimento. A maldição diz que a moça vai morrer depois de picar o dedo em uma roca, mas uma fada boa consegue reverter parcialmente o feitiço para que ela adormeça por 100 anos. A princesa Aurora é despertada do sono depois de ser beijada por um príncipe que a descobre no castelo.

Entretanto, o livro que o filho de Sarah Hall levou para casa e causou sua revolta foi uma versão ainda mais moderna, na qual um personagem chamado Kipper conta a um jovem príncipe para beijar uma princesa, pois "assim, ela vai acordar. Todo mundo sabe disso". Então, o próprio Kipper beija a garota. Detalhe que, no desenho, o príncipe parece ser uma criança; a princesa, um pouco mais velha, talvez adolescente, e Kipper, um homem já adulto e bem mais velho que a moça.

Quando tuitou sobre o livro, Hall usou a hashtag #MeToo (#EuTambém, na tradução), que milhares de mulheres e homens usaram para compartilhar suas experiências de assédio sexual depois do escândalo envolvendo o magnata de Hollywood, Harvey Weinstein.

Desde então, a mãe contatou a escola pedindo para retirar o livro das salas de aula de crianças pequenas. "Estes são indicativos de quão enraizado esse tipo de comportamento está na sociedade. Todas essas pequenas coisas se acumulam, e elas fazem a diferença", disse Hall ao Newcastle Chronicle.

"Acho que é uma questão específica na história de A Bela Adormecida sobre comportamento sexual e consentimento. Trata-se de dizer: isso ainda é relevante? É apropriado? Na sociedade de hoje, não é apropriado. Meu filho tem apenas seis anos, ele absorve tudo o que ele vê, e não é como se eu pudesse transformar isso em uma conversa construtiva".

Além do clássico filme da Disney, a história de A Bela Adormecida foi adaptada para as telonas em Malévola, estrelado por Angelina Jolie, filme que vai ganhar continuação.

Fonte: Adoro Cinema

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