A garota de 16 anos, que agrediu uma diretora de escola em Teresina, vai concluir o ano letivo na unidade e posteriormente será transferida. Para o conselho tutelar, a adolescente (diagnosticada com depressão) teve um surto emocional. Em reunião, nesta quinta-feira(07), com representantes na 4ª Gerência Regional de Educação (GRE), conselheiros tutelares e familiares, a aluna disse estar arrependida e que estava sofrendo bullying virtual.
“Convocamos a família e a aluna para entender o porquê do ato agressivo. A agressão foi bastante considerável, repassamos orientações para a família devido ao problema psicológico da adolescente, a própria família entendeu que não há como ela permanecer na escola. A 4ª GRE vai garantir todos os direitos para que ela conclua o ano letivo”, disse Tarcísio Pires Soares, gerente da 4ª Regional.
Para a conselheira tutelar, Lúcia Magalhães, a garota não vinha recebendo o devido acompanhamento pela escola e, por algumas vezes, deixou de tomar o medicamento controlado porque não conseguia receber a medicação pelo SUS, pois estava em falta.
“Ela já vinha sendo acompanhada pelo Conselho Tutelar e vamos continuar prestando assistência a ela. Podemos dizer que ela teve um surto, mesmo que isso não justifique a agressão. Acreditamos que o quadro psicológico se agravou porque a escola não fazia o devido acompanhamento. Os professores, por exemplo, não sabiam que ela tinha depressão. A mãe também disse que ela deixava de tomar o remédio controlado porque estava em falta no SUS”, conselheira tutelar.
O conselheiro tutelar Marcos Vinicius acrescenta que a menina pediu para pararem de fazer bullying virtual. “Ela já vinha sofrendo bullying nas redes sociais e a situação piorou muito com a repercussão do vídeo. Ela fez esse pedido, para que as pessoas parem de fazer bullying. Orientamos que ela desativasse seus perfis”.
Um dia após o caso, o clima é de normalidade na escola. O gerente da 4ª GRE conta que a diretora não foi trabalhar hoje e que a orientou que se afastasse por um período para se recuperar do abalo psicológico.
“Repassamos essa orientação para a diretora, mas ela é uma pessoa muito presente na escola e acreditamos que ela não vai se afastar. Até o momento não manifestou nenhuma vontade de ser transferida da escola. O que aconteceu pode servir de aprendizado e vai fortalecê-la”, finaliza Tarcísio Soares.
O conselho acompanha a garota desde a época que ela foi transferida de uma escola particular para uma pública.
Flash de Graciane Sousa
Redação Caroline Oliveira
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