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Com recorde de beneficiários pré-Rio 2016, Bolsa Atleta corre risco

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Beneficiário de vários atletas brasileiros a partir de 2005, o programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte, comemorou recorde de esportistas recebendo verba federal nos últimos anos, principalmente no ciclo olímpico Rio-2016, mas passado o encerramento dos Jogos Olímpicos, o benefício corre risco de redução brusca.

A crise financeira pela qual passa o país não deve deixar o esporte imune aos cortes do Governo Federal. De acordo com reportagem do blog Olhar Olímpico, do UOL, o presidente Michel Temer sinaliza com um corte de 87% da verba de todo o Ministério do Esporte, o que pode afetar fortemente o Bolsa Atleta, que tem atualmente o custo anual de R$ 130 milhões.

O ministro Leonardo Picciani não admite o fim do programa, mas o valor previsto para a concessão de bolsa para atletas é de R$ 70 milhões, sendo que metade iria aos beneficiários do Bolsa Pódio, para atletas classificados entre os melhores do mundo em suas modalidades e potenciais candidatos a medalha em Tóquio-2020.

A realização da Olimpíada no Brasil turbinou o programa nos últimos anos. Eram 975 beneficiários em 2005, subiu para 3.313 em 2008, 5.742 em 2012 e chegou a 7.223 em 2016, sendo que recebem o benefício não apenas atletas olímpicos, mas também de modalidades como Pesca, Kung Fu, Futevôlei, e Beach Tennis, que não integram o programa olímpico e nem mesmo o pan-americano.

Problemas gerenciais e financeiros do Ministério do Esporte já causaram nos últimos anos o atraso no pagamento das parcelas do Bolsa Atleta, que tem diferenciação nos valores por categoria (Iniciante, Intermediário e Principal) dentro das divisões Olímpico, Internacional, Nacional e Base.

Com falhas na seleção, uma vez que as confederações ficaram responsáveis pela indicação das competições utilizadas para definir os beneficiados, o programa permitiu que atletas residentes em outros países recebessem verba, assim como esportistas ligados a dirigentes das entidades. Houve ainda fraudes investigadas pela Polícia Federal apontando o uso de nomes fictícios de atletas para desvio de verba.

Sem uma faixa etária estipulada, atletas que se aposentaram durante uma temporada receberam verba, outros com grande exposição a patrocinadores privados e estatais também tiveram auxílio durante todo o ciclo. E a menor faixa disponível de apoio ficou para atletas provindos das categorias de base.

Diferentemente de países como os Estados Unidos, onde há um forte sistema de formação e desenvolvimento de atletas a partir da educação, onde os que se destacam recebem bolsa para competir por uma instituição enquanto estudam, no Brasil a bolsa não veio seguida de um programa pela propagação do esporte.

Depois dos Jogos Olímpicos, a crítica de diversos atletas por legado está escancarada, com centros olímpicos sem programa definitivo de utilização e o principal programa beneficiário de atletas sob risco de corte. Um grande baque para quem sonhou a formação de uma potência esportiva após 2016.


Fonte: Yahoo Esportes

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