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Obama faz um alerta sobre redes sociais, em entrevista ao príncipe Harry

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O ex-presidente americano Barack Obama alfinetou o sucessor Donald Trump em entrevista ao príncipe Harry, na "BBC Radio 4". A íntegra da conversa entre o democrata e o herdeiro do trono britânico foi divulgada na manha desta quarta-feira. Ao amigo britânico, Obama alertou sobre o uso irresponsável das mídias sociais, uma de suas bandeiras desde que deixou a Casa Branca, em janeiro, e passou o comando do país ao magnata.

Em uma das poucas entrevistas após a Presidência, o ex-presidente destacou, sem citar o sucessor pelo nome, que a comunicação nas redes tem distorcido o entendimento da população sobre temas complexos e espalhado desinformação. Para o democrata, os detentores de posições de poder devem ser cautelosos ao postar mensagens.

"Um dos perigos da internet é que as pessoas podem ter realidades inteiramente diferentes. Elas podem se fechar em informações que reforcem seus pontos de vista. A questão é como colocamos um escudo nessa tecnologia de forma a permitir múltiplas vozes, permitir a diversidade de visões e a chegada de um consenso", explicou Obama.

O democrata ainda descreveu que teve "sentimentos misturados" ao deixar o poder em função de "todo o trabalho que ainda estava por fazer". Na ocasião, ele passava a faixa presidencial para um republicano que prometia desfazer seus planos de governo.

"Havia preocupação sobre como o país caminharia para frente, mas, você sabe, de maneira geral havia serenidade", recordou o ex-mandatário, que considerou "enormemente libertador" marcar a própria agenda e ter tempo para conversar com a mulher, Michelle Obama.

Em palestras e viagens, Obama já havia alertado sobre a histeria da comunicação cibernética. Sem citar o nome de Trump, ele aconselhou estudantes a "pensar antes de twittar" — uma referência, na visão da mídia americana, ao ímpeto do atual presidente em se comunicar com o eleitorado e disparar contra adversários na rede social.

O príncipe Harry é uma das celebridades convidadas para editar o programa "Today", da BBC Radio 4, durante o período do Natal. O herdeiro do trono britânico debateu política com Obama em Toronto, no Canadá, durante o Invictus Games, do qual é patrono.

Sem falar de Obama

O príncipe Harry citou a ocasião da posse de Trump, no dia 20 de janeiro, quando imagens da TV mostraram um Obama sóbrio, "sem mostrar emoções", segundo o príncipe, que perguntou ao ex-mandatário "o que passou por sua cabeça" na ocasião.

Obama respondeu que "a primeira coisa que passou pela minha cabeça ali, sentado ao lado de Michelle, foi em como estava grato por ela ter sido minha parceira em todo aquele processo".

"Ela fez tudo isso em boa parte para apoiar minha decisão de concorrer (à Presidência dos EUA). E por termos conseguido sair disso tudo intactos, com um casamento forte, ainda sendo o mais próximo amigo um do outro, deu um senso de conclusão, de que fizemos um trabalho em que conseguimos preservar nossa integridade, sem mudar muito...".

"Isso deu uma sensação de grande satisfação", disse o ex-líder americano, que acrescentou ter tido sensações mistas pelo "trabalho que ficou incompleto e preocupações sobre como o país andaria para a frente". "Mas, você sabe, de maneira geral havia serenidade ali", completou.

Questionado sobre a experiência de conduzir o programa de rádio, Harry disse que não havia feito muitas entrevistas na vida e que foi muito divertido ter entrevistado Obama "apesar do fato de que ele queria me entrevistar". O programa comandado pelo príncipe teve como temas as Forças Armadas Britânicas, saúde mental, criminalidade juvenil e mudança climática.

Fonte: BBC e Terra

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