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Roberto Veloso diz que justiça Federal sofre retaliação e que Lava Jato está ameaçada

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O presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Roberto Veloso, disse nesta quinta-feira (28) que a Justiça Federal brasileira está sofrendo retaliação do Congresso Nacional por sua atuação contra a corrupção no país. Segundo o magistrado, a tentativa de tirar o auxílio-moradia é só um dos recados que Brasília está mandando ao Judiciário.

“O auxílio-moradia é recebido por todas as carreiras. Os servidores públicos recebem, os delegados da PF recebem, os parlamentares recebem, todos recebem. Somente a magistratura não pode receber? Se for retirado nós teremos uma redução nos vencimentos. Atribuímos isso a uma retaliação por causa da operação Lava Jato, por causa da operação que julga e apura os crimes praticados por poderosos. Nós estamos sofrendo as consequências disso”, afirmou em entrevista exclusiva à TV Cidade Verde.

“Se nós formos ver, as operações que estão em curso no Brasil, a Lava Jato, a Zelotes, a Lava Jato no Rio, a operação Greenfield, Sermão aos Peixes, todas elas tramitam na Justiça Federal e há de fato uma tentativa de enfraquecer essas operações, seja enfraquecendo o judiciário na questão remuneratória, seja também por meio de projetos de lei. Agora se tenta criminalizar as prerrogativas dos advogados, que eu não sou contra, mas existe um dispositivo no projeto de lei que torna os escritórios de advocacia imunes à jurisdição criminal. Isso é muito grave, pois ninguém tem”, acrescentou.

Para o juiz, a operação Lava Jato está ameaçada diante de tantas investidas. “Se todos esses projetos forem aprovados é claro que será o fim da operação”, afirma.

Entre os projetos citados pelo magistrado está a restrição da delação premiada; a criminalização das prerrogativas dos advogados; o abuso de autoridade e a própria Reforma da Previdência. No dia 1º de fevereiro vai acontecer um ato em Brasília contra todos os projetos.

“Será a abertura do ano judiciário e nesse dia nós iremos protestar contra todas essas tentativas de enfraquecimento do judiciário com a aprovação dos projetos”, afirmou.

O juiz condenou a Reforma da Previdência e disse que o problema não é o servidor e sim a corrupção. “O governo diz que o déficit é de R$ 100 milhões, se o Brasil parar a corrupção em um ano, já cobre o déficit. O problema não é o servidor é a corrupção”, finalizou.

Hérlon Moraes
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