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Balanço revela que zona Norte tem maioria dos casos de violência doméstica

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A zona Norte de Teresina foi a região da cidade com maior número de registros por violência doméstica (lesão corporal) contra mulheres até novembro de 2017. Os dados foram divulgados no Relatório de Estatística da Quantidade de Boletim por Natureza do Fato, elaborado pela Secretaria de Segurança Pública do Estado. O relatório diz respeito a quantidade de crimes registrados, e não somente de boletins de ocorrência, pois geralmente num único boletim de ocorrência, existem mais de um crime registrado.

No total foram 279 boletins de ocorrência por lesão corporal dentro das próprias residências registrados na região. A zona Norte vem seguida pelo Centro com 210 registros, zona Sul com 204 e zona Sudeste com 186. Outro número que chama a atenção são as denúncias de ameaça. Foram registrados 2139 boletins também liderados pela Zona Norte com 712 registros. 

Já no interior o município de Parnaíba, a 318 km de Teresina chama a atenção pelos 100 casos de Violência Doméstica registrados.  Segundo dados divulgados pela SSP, São Raimundo Nonato e Picos, seguem a lista com 35 casos e Piripiri com 31.

Segundo a delegada Eugênia Villa, subsecretária de Segurança Pública do Estado, a zona Norte já lidera a estatística em outros meses, mas ainda não foi elaborado um estudo específico que justifique o alto índice na região.  Por conta dessa estatística, a Polícia percorreu a região durante a operação 24h difundindo o aplicativo Salve Maria. "Nós aprendemos a nos defender do homem que você não conhece, mas os números mostram que é dentro de casa que a gente apanha. As mulheres estão ainda no mundo da Cinderela. O estupro não é só fora de casa, é dentro. Precisamos mudar essa cultura", explica a delegada.

Plantão especial

Segundo Eugênia Villa a partir da segunda semana de 2017 começará a valer na Central de gênero um novo plantão onde quatro delegadas estarão disponíveis 24h por dia para atender denúncias de violência, ameaça, agressão e feminicídios na capital. "Serão delegadas que só vão trabalhar em regime de plantão e além dessas quatro delegadas teremos uma coordenadora que trabalhará durante o dia. Vamos fazer essa mudança para atender todos os feminicídios da capital deslocando para o local do crime. Trabalhando sobretudo na prevenção", reforça a delegada.

Estudo 

Um estudo está sendo elaborado para 2017 focado no bairro Itararé, bairro mais populoso da capital. A meta é instituir um território solidário para servir de laboratório de estudos. "Com base no que for coletado no Itararé e com o engajamento da sociedade, esse estudo servirá como base para projetos no Piauí e também no Brasil", concluiu a delegada.

Rayldo Pereira
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