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Governador critica intervenção do Exército no Rio: "Bala de prata não acaba violência"

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Fotos: Wilson Filho/Cidadeverde.com

O governador Wellington Dias (PT) criticou a intervenção do Exército na Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro, autorizada pelo presidente Michel Temer nessa sexta-feira (16). Wellington Dias disse que não é tirando o comando do governo estadual e dando para o Exército que o problemática da violência no Rio vai ser resolvida.

O gestor disse também que a determinação é “mais um pacto federativo quebrado” e que batalha contra a violência não se vence com “bala de prata”, querendo dizer que ela não será exterminada do dia para a noite com poder de fogo, mas que precisa de uma estratégia conjuntural e integrada entre várias áreas da administração. 

As declarações foram dadas no Fóruns dos Governadores do Nordeste e do Brasil ontem, logo após o anúncio do governo federal.

A medida de Temer vem sendo criticada por vários setores da sociedade.

Veja na íntegra o posicionamento de Wellington Dias:

“Alguém acredita que, no estado democrático, vai ser com INTERVENÇÃO, ou seja, saindo o comando do Governador eleito e passando para o Exército, que vamos mudar o quadro da Segurança no Rio de Janeiro ou em qualquer outro Estado?

É um caminho perigoso. Inclusive para a nossa frágil democracia.

Veja que esta medida do Rio de Janeiro é completamente diferente da Força Nacional autorizada à apoiar uma unidade da federação, em tempo definido e sob o comando do Estado/DF. 

Agora é INTERVENÇÃO, e mais um pacto federativo quebrado. Eu também destaquei a grave crise da segurança no meio de outras. O Brasil cobra: Um Fundo Nacional e com fonte não contingenciável (eu defendo a regulamentação de jogos pela internet, existente, e cobrando 30%, gerando o equivalente à 18 bilhões/ano - pelas contas de estudiosos do tema, recursos novos para dar sustentação a um Plano e Sistema Nacional de Segurança, para assim financiar medidas como contratação de pessoal, tecnologia, equipamentos e para Proteção das Fronteiras (pessoal do exército, Marinha, aeronáutica, Policia Federal - PF, Polícia Rodoviária Federal - PRF e Força Nacional para fronteiras) barrando principalmente entrada de armas, drogas e etc; sistema organizado pela classificação do risco do crime e do criminoso: alto risco, médio risco e baixo risco, integrando ações e responsabilidade da sociedade, União, Estados e Municípios; aqui refazer a integração e responsabilidade do judiciário / Ministério Público - MP;  política sobre drogas e tratamento de dependentes químicos, saúde, social e educação; destaco ainda apoio aos Estados  para contratação de pessoal, investimento em estrutura adequada, equipamentos e tecnologia, para Segurança de cada Estado, e organizar à unificação de todas as forças dos 3 níveis de governo numa missão única. 

O crime já está organizado nacionalmente, precisamos organizar a defesa e a segurança do povo brasileiro. Batalha como esta não se vence com uma bala de prata. 

Aqui apenas para lembrar o plano nacional de segurança que apresentamos em recente encontro do Fórum dos Governadores do Brasil com órgãos do governo Federal no Estado do Acre em que contou com às presenças dos ministros da Defesa, Justiça, Gabinete da Segurança Institucional, Relações Exteriores e do embaixador da Alemanha, Georg Witschel. Além de autoridades da Bolívia, Peru e Colômbia.


Lyza Freitas
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