O capitão Allison Wattson do Nascimento - acusado de matar a namorada Camilla Abreu - mudou a versão dos fatos e negou que tenha assassinado a estudante. A afirmação foi durante audiência de instrução e julgamento no Tribunal do Júri, no início da tarde desta sexta-feira (23).
A declaração de Allison Wattson no Tribunal do Júri contradiz o que garantiu a Polícia Civil. Ele confessou o crime e disse que agiu por ciúmes. Camilla foi morta com um tiro na cabeça e teve o corpo ocultado em matagal na zona rural de Teresina.
Diante da juíza Zilnar Coutinho, o capitão pediu "silêncio parcial", pois queria responder apenas o questionamento do seu advogado Pitágoras Veloso.
A juíza autorizou. No entanto, durante as perguntas do advogado, a magistrada interrompeu e disse que os questionamentos que ele fazia não condizia com o pedido feito a ela (juíza). Então, o capitão não pôde responder.
Durante a discussão, o advogado voltou a sugerir que Camilla fosse "garota de programa" e pediu acareação entre as duas amigas que prestaram depoimentos na audiência. A juíza indeferiu.
Outro pedido negado pela juíza, feita pelo advogado do réu, foi da quebra do sigilo telefônico de uma das amigas de Camilla. A juíza negou.
Ouça áudio de discussão durante audiência no Tribunal do Júri
Logo no início do depoimento, o capitão Allison Wattson do Nascimento respondeu apenas um questionamento. Ele negou que tenha matado a namorada e que sofre de transtorno de personalidade.
"Não fiz isso. Me reservo ao direito de permanecer em silêncio", disse o acusado que, logo em seguida, disse que ia responder às perguntas de seu advogado.
Em juízo, o réu declarou que não responderia às perguntas da magistrada e do Ministério Público, apenas do seu advogado. Em resposta, a juíza declarou "encerrada a audiência".
Nas poucas palavras proferidas, o capitão alegou que faz tratamento psiquiátrico desde abril de 2017 para tratar de um transtorno de personalidade.
Flash Graciane Sousa
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