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Juízes e procuradores protestam contra campanha de difamação

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Wilson Filho

Os juízes e procuradores do Piauí realizaram uma manifestação na sede da Justiça Federal na manhã desta quinta-feira (15). As duas categorias protestam contra uma suposta campanha de difamação junto à sociedade. Os ataques seriam orquestrados por pessoas  investigadas por crimes de corrupção em operações como a  Lava Jato.

A presidente da associação dos juízes federais do Piauí, Marina Rocha Cavalcante, afirma que a preocupação maior da categoria diz respeito a leis que seriam votadas para restringir a atuação dos magistrados. Ela diz haver uma tentativa de calar os juízes e procuradores.

 “Existem alguns projetos de lei tramitando no Congresso Nacional que nos preocupam muito. É o caso do projeto que criminaliza a  ofensa as prerrogativas dos advogados. Vemos isso como projetos que podem comprometer a independência dos juízes. As pessoas ricas e poderosas que nunca imaginariam que sentariam no banco dos réus e agora se veem no risco de serem presas por corrupção, vão reagir naturalmente com projetos de lei, difamando a magistratura. Tentando retirar a respeitabilidade que a magistratura e o Ministério Público têm junto à sociedade. Essa mobilização é para dizer que é preciso refletir melhor sobre os argumentos que ouvimos, vamos ter esses senso crítico”, afirmou.

O procurador Kelston Lages afirma quer a discussão sobre o benefício do auxílio moradia é apenas uma parte do processo. Na próxima semana, o Supremo deverá iniciar o julgamento sobre a concessão do benefício. 

“Queremos esclarece para a sociedade que essa discussão vai muito além do auxílio moradia. Esse benéfico vai ser discutido pelo Supremo Tribunal Federal. Nosso respeito a qualquer decisão é absoluto e a independência é do julgador. Temos as nossas razões já que é um benefício previsto em lei, que não foi revogada e, portanto, é válido. Mas isso vai ser decido pelo Supremo que vai fazer com toda a autoridade e independência que ele tem. Nossa mobilização é para chamar a atenção da sociedade da importância de proteger a independência de juízes e procuradores”, destacou.

Kelston afirma que a discussão sobre a questão remuneratória das duas categorias tem sido usada como forma de fragilizar a atuação contra os crimes de corrupção. “Existe um movimento na sociedade para calar e retirar a independência dessas carreiras. Então o movimento quer chamar a atenção disso que vem acontecendo tanto do ponto de vista remuneratório, que é uma campanha para constranger os juízes, mas principalmente do ponto de vista institucional”, disse. 

Lídia Brito
redaçã[email protected]

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