O PMDB está disposto a entrar na disputa com o PT para lançar candidatura própria à presidência do Senado nas eleições que serão realizadas em fevereiro de 2009. Apesar dos apelos de líderes governistas e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o partido apóie a candidatura de Tião Viana (PT-AC), o líder do partido na Casa, Valdir Raupp (PMDB-RO), defendeu abertamente nesta terça-feira o ingresso do senador José Sarney (PMDB-AP) na disputa.
Na defesa da candidatura de Sarney, o senador Mão Santa (PMDB-PI) disse da tribuna que trabalha nos bastidores para eleger o peemedebista. "Quero aqui externar, e sou muito franco, que já estou trabalhando para o presidente José Sarney ser o nosso presidente", disse.
Raupp argumenta que o PMDB tem direito legítimo à presidência do Senado por reunir a maior bancada na Casa. Mesmo com o acordo firmado entre PT e PMDB para os petistas apoiarem o nome do deputado Michel Temer (PMDB-SP) para a presidência da Câmara, o líder disse que o acordo não se repete no Senado.
"Nós reivindicamos a proporcionalidade, mas nem isso tem se respeitado mais. O acordo lá não passou por aqui", disse.
Em 2006, o PMDB apoiou a candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a presidência da Câmara desde que os peemedebistas apoiassem o nome do PMDB em 2009.
No Senado, os petistas argumentam que devem ficar com a presidência da Casa para garantir a alternância de poder entre os partidos --já que o PMDB caminha para presidir a Câmara.
Os peemedebistas apostam no nome de Sarney por ter trânsito entre todos os partidos da Casa. Em conversas com aliados, o senador disse que só está disposto a disputar as eleições se for candidato único --o que exigiria um recuo de Viana.
Intervenção
O presidente Lula deve intervir na disputa dentro da base aliada ao reunir esta semana líderes do PMDB. Lula defende a candidatura do PT e pretende reverter a disposição dos peemedebistas em lançar candidato próprio para a presidência do Senado.
Com as tradicionais dissidências dentro do PMDB a projetos de interesse do governo, Lula quer evitar que o partido fique no comando simultâneo das duas Casas.
