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Índios fecham Eixo Monumental em protesto no DF

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Foto: Reprodução / TVGlobo

Cerca de 1.500 indígenas que cobram a demarcação de terras pelo governo federal fecharam os dois sentidos do Eixo Monumental na manhã desta quinta-feira (26). O trânsito foi normalizado por volta das 13h.

Das 11h às 11h30, o trânsito ficou parado nas seis faixas da via S1, sentido Congresso Nacional. O engarrafamento no Eixo Monumental chegou a cerca de 2 km, com retenções desde a Rodoviária do Plano Piloto. Os carros eram desviados para a L2 Sul.

Depois desse horário, os indígenas também fecharam todas as faixas da via N1, sentido Rodoviária, da Praça do Três Poderes ao Ministério da Justiça.

Por volta das 12h15, o grupo começou a dispersar. Antes mesmo de o trânsito ter sido totalmente liberado, carros furaram os bloqueios e passaram entre os manifestantes. Neste horário, estudantes da Universidade de Brasília (UnB) se juntaram aos indígenas que subiam a via N2. Os alunos entraram em confronto com a Polícia Militar.

Manifesto protocolado

Segundo a represente do movimento, Valéria Paye, dos povos caxumbas tiriyó do Amapá, o acampamento Terra Livre – montado desde segunda (23) no Memorial dos Povos Indígenas – protocolou um manifesto no Ministério da Justiça por volta das 12h desta quinta (26). O texto pedia a demarcação de terras e a garantia dos direitos indígenas em respeito aos artigos 231 e 232 da Constituição.

A marcha dos povos indígenas durou toda a manhã. Eles percorreram cerca de 4 km no Eixo Monumental, entre o acampamento e o Congresso Nacional, e pintaram uma das faixas da avenida de vermelho.

No Ministério da Justiça, o grupo tomou banho no espelho d'água e abriu uma faixa gigante com os termos "Chega de genocídio " e "Demarcação já".

A Polícia Legislativa Federal e a Polícia Militar reforçaram a segurança na entrada do Salão Branco do Congresso Nacional, mas não houve nenhum tipo de confronto.

Acampamento Terra Livre

Os indígenas estão acampados em Brasília desde o último domingo (22). Eles participam do Acampamento Terra Livre, encontro anual que reivindica mais direitos aos povos tradicionais. O grupo se concentra na frente do Palácio do Buriti, sede do Executivo no DF.

Uma das lideranças indígenas, Alessandra Munduruku, disse que o objetivo do encontro é pedir que a Advocacia-Geral da União (UGU) revogue o parecer 001/2017, que estabelece, entre outros pontos, critérios temporais para demarcação de terras indígenas.

Segundo o critério do "marco temporal", só teriam direito de reivindicar as terras os povos que as estivessem ocupando até o dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da atual Constituição. Assim, aqueles índios que estavam expulsos dessas áreas à época ficariam impedidos de voltar para os territórios.

Fonte: G1

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