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Exército prepara a reconstituição do caso Marielle

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Antonio Scorza / Agência O Globo

Os preparativos para a reprodução simulada das mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes começaram por volta das 10h desta quinta-feira. Há dezenas de militares na esquina das ruas Joaquim Palhares e João Paulo I, no Estácio, onde ocorreu o crime. Seis caminhões e um ônibus do Exército estão estacionados em uma faixa da Rua João Paulo I, causando a interdição parcial da via. Para evitar congestionamento, agentes de trânsito atuam no local. A reconstituição está marcada para as 22h, com bloqueios em ruas do entorno a partir das 20h. A simulação será feita pela Delegacia de Homicídios da Capital, com o apoio logístico do Comando Conjunto.

— Foi solicitado um apoio logístico pela Polícia Civil para a reconstituição. Esse apoio demanda muitos homens. Há cerca de 200 militares no local. Sacos de areia estão sendo posicionados para servirem como um anteparo, igual a um estande de tiros, para não comprometer a segurança das pessoas que vão participar da reconstituição — explica o coronel Carlos Cinelli, porta-voz do Comando Militar do Leste.

O perímetro do local do crime será isolado com grandes lonas de plástico escuro que estão sendo penduradas a uma altura de quatro metros. As lonas são apoiadas em muro, cercas e postes. Em alguns locais, onde não há estruturas para apoio, os militares instalam cabos de aço para pendurar a lona. De acordo com Cinelli, o objetivo é impedir o acesso da imprensa e de curiosos. Entre os equipamentos trazidos pelos militares, há geradores e escavadeiras.

Sacos de areia foram dispostos em uma das calçadas da Rua João Paulo I, criando uma espécie de barreira. O objetivo é que o material sirva de anteparo para garantir a segurança das pessoas que irão participar da reconstituição. Naquela esquina, onde a placa de rua informava Rua João Paulo I, ativistas colaram um adesivo - no mesmo padrão utilizado pela prefeitura, com os dizeres Rua Marielle Franco.

Durante a simulação, serão usadas armas e munições de verdade. Por esse motivo toda a área será bloqueada para o acesso de pedestres e veículos. Por questões de segurança, os moradores da região só poderão acessar as ruas bloqueadas após serem autorizados pelos policiais da Divisão de Homicídios.

A movimentação dos militares chama a atenção de curiosos, que se aproximam para observar os preparativos. 

- Com certeza vou acompanhar. No dia do crime eu fiquei aqui, vi todo o trabalho da polícia. Um crime desses mexe com todo mundo - diz a auxiliar de enfermagem Márcia Gomes, que mora na região.

Uma assessora de Marielle, que estava no carro com a vereadora e o motorista no momento dos tiros, e escapou ilesa, deixou o país, com medo, mas estará na cidade para participar da reconstituição.

Os investigadores vão reproduzir o percurso feito por Marielle, desde a chegada dela à Casa das Pretas, na Lapa, até o local onde foi morta. A reconstituição será realizada por peritos criminais, sob a coordenação de delegados.

A data para a reprodução está agendada desde o fim de abril. Na ocasião, o secretário de Segurança Pública do Estado, general Richard Nunes, atribuiu a demora à complexidade do trabalho, que vai incluir disparos reais de arma de fogo, efetuados numa via pública. As condições meteorológicas também são levadas em conta, uma vez que devem ser similares às do dia do crime.

O modelo da arma e o ângulo de onde partiram os tiros serão analisados amanhã pela polícia. Durante a reprodução, até a habilidade do atirador será apurada, com o objetivo de identificar seu nível de experiência.

Fonte: O Globo

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