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Estudo pioneiro no Piauí avalia redução do fechamento de feridas em pacientes

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Sandra apresentando trabalho sobre estomas intestinais no 22° Congresso Internacional de Estomaterapia- WCET, na Malásia (foto: arquivo pessoal)

Uma pesquisa conduzida pela professora do curso de Enfermagem, no Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), Sandra Marina, pode simplificar a vida de pacientes submetidos à estomias (colostomia, ileostomia, urostomias). O trabalho, que é voltado para o planejamento e contribuição de políticas públicas que priorizem a indicação de fechamento de reconstrução intestinal (estomas temporários), foi premiado no Congresso Brasileiro de Estomaterapia e apresentado na Malásia.

Pela primeira vez, foi realizado um levantamento de pessoas com estomas temporários e definitivos no Piauí, por meio do centro de referência Lineu Araújo. Um estoma é a exteriorização de uma parte de um órgão para a pele, através de uma abertura na barriga. A estomaterapia é uma especialidade da Enfermagem que estuda feridas, incontinências e estomias.

“A pesquisa tem como objetivos o planejamento e contribuição para políticas públicas que priorizem a reconstrução de trânsito intestinal de pacientes que tenham indicação para este procedimento. São pacientes com estomas temporários, acometidos, principalmente, por traumas ou doenças inflamatórias que necessitam desta cirurgia. A programação de fechamento deverá ocorrer em seis (06) semanas, o que possibilitaria a redução dos custos para o serviço público e como consequência poderá favorecer melhor qualidade de vida aos pacientes antes estomizados”, analisa Sandra.

Dados da pesquisa

A pesquisa foi realizada em parceria com o Hospital Lineu Araújo, com pessoas de ambos os sexos e idade média de 56 anos. Foi feita entre agosto de 2016 e junho de 2017, com 715 pacientes estomizados. Os dados inferiram que o sexo masculino tem maior incidência de casos relacionados 70,9% , e cerca de 80% da maioria dos estomas são causados por câncer de colo retal.

Uma das primeiras constatações do trabalho destaca a origem dos pacientes, evidenciando que 39,8% dos pacientes são procedentes de Teresina, 44,3% do interior do Piauí e 5,9% de outros estados. Segundo a pesquisadora, o que chama atenção é o número de pacientes que usam bolsas coletoras e equipamentos de estomias.

“A quantidade de pessoas com estomias provisórias chega a 59%, um número ainda muito elevado. A maioria ainda não tem planejamento e está esperando há muito tempo, sendo um risco desses estomas provisórios tornarem-se permanentes”, alerta Sandra. “O benefício é que essas pessoas poderão ter programação de reconstrução do trânsito”, completa.

Um dos resultados iniciais obtidos através da pesquisa prevê a recuperação dos atendidos, sobretudo, a redução e qualificação da fila de espera para realização de cirurgias. “Estamos mantendo contato com os pacientes informando quem têm indicação cirúrgica, respeitando, obviamente, a opinião de cada um deles, e sendo feitas mobilizações junto ao serviço público, estimulando o fortalecimento do grupo de pessoas com estomias no Piauí”, relata a pesquisadora. "A Uespi trabalha nessa função de fazer pesquisas e contribuir para a sociedade, melhorando nossos profissionais e sensibilizando-os com essas causas”, acrescenta.

Trabalho premiado

A pesquisa foi divulgada em congressos nacionais e internacionais, sendo premiada no Congresso Brasileiro de Estomaterapia que ocorreu em novembro de 2017, na cidade de Belo Horizonte, e foi apresentado na modalidade oral no 22° Congresso Internacional de Estomaterapia- WCET, realizado de 15 a 18 de abril deste ano, em Kuala Lumpur, capital da Malásia.

A apresentação oral foi fruto de trabalho de conclusão de curso e Iniciação Científica da pesquisadora com estudantes do curso de enfermagem da Uespi. A Uespi vem participando das últimas edições do WCET na Austrália, Suécia e África do Sul apresentando trabalhos oriundos de pesquisas realizadas em Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) e trabalhos do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC).


Da Redação
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