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Gol contra quebra jejum da Ásia em jogo de cordialidades entre Irã e Marrocos

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EDUARDO GERAQUE
SÃO PETERSBURGO, RÚSSIA (FOLHAPRESS)

Há 16 jogos, desde o Mundial de 2010, uma equipe representando a Ásia não vencia um jogo de Copa do Mundo. Coube ao Irã, no gramado de São Petersburgo, acabar com a escrita após um gol contra do marroquino Bouhaddouz aos 50 minutos do segundo tempo.

Com a vitória iraniana sobre Marrocos por 1 a 0, o sonho de passar da fase de grupos dos jogadores liderados pelo português Carlos Queiroz permanece vivo. As duas equipes iniciaram a partida em clima de final de Copa do Mundo. Ainda mais pelo ambiente festivo e barulhento das torcidas marroquinas e iranianas, dois países de maioria muçulmana que vivem em tensões políticas e religiosas.

Mas tanto dentro quanto fora do estádio, e nos pontos turísticos da cidade de São Petersburgo, antiga Leningrado, o clima foi de festa durante todo o dia. Uma prova que o esporte pode unir povos ocorreu durante a execução do hino nacional das duas seleções.

A torcida de Marrocos, mais numerosa, cantou alto a letra do hino dela. Em seguida, aplaudiu de pé a execução do hino do Irã. Muitas mulheres com a camisa da seleção iraniana estiveram em peso nas arquibancadas da moderna arena de São Petersburgo. Elas são proibidas, pelos líderes xiitas, de assistirem futebol nos estádios do Irã. O que não ocorre em Marrocos, de maioria sunita.

O gol no final do jogo acabou com o ânimo da torcida da seleção do país africano, que fez muita festa desde as primeiras horas do dia. Depois de 20 anos, eles estavam de volta ao universo da Copa do Mundo. Diante dos olhos de Mustafa Hadji, um dos maiores jogadores da seleção marroquina, hoje auxiliar técnico da delegação que está na Rússia, o time africano entrou em campo disposto a não dar chances ao adversário.

Foto: Heuler Andrey/DiaEsportivo/Folhapress

O primeiro duelo entre os dois países de maioria muçulmana da história do futebol começou com uma pressão de Marrocos, até a primeira metade da etapa inicial. A equipe liderada pelo capitão Benatia, jogador da Juventus, respondeu ao incentivo barulhento, e festivo, da numerosa torcida marroquina presente em São Petersburgo, na Rússia.

Apesar da pressão, e da boa atuação de El Kaabi, único jogador que atua no Marrocos entre os titulares, o gol não saiu. Em um dos últimos lances do primeiro tempo, quase o Irã marcou. Azmoun, que joga no futebol russo, invadiu a área, mas o goleiro El Kajoui, que atua no Numancia, da Espanha, fez uma importante defesa.

No segundo tempo, o esquema defensivo das duas seleções foi muito mais eficiente do que os ataques. Reforçando o retrospecto recente das duas equipes, que não perderam nenhum jogo durante as eliminatórias.

Ironia do futebol, o gol saiu exatamente da cabeça de um atacante, que finalizou contra o próprio gol. Durante todo o jogo, os iranianos finalizaram duas vezes no gol adversário, em um total de oito conclusões. A seleção de Marrocos, que ficou com a bola 63% da partida, acertou no alvo três dos 13 chutes que deu.

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